Centro de Artes e Espetáculos de Viseu conta com 1765 lugares, dos quais 760 no anfiteatro ao ar livre

 O Centro de Artes e Espetáculos de Viseu (CAEV) terá 1765 lugares sentados em dois espaços distintos e será o primeiro equipamento cultural do país a receber certificado de sustentabilidade, anunciou hoje o arquiteto do projeto.

“Ao longo de mais de um ano tivemos um trabalho muito difícil, porque é uma obra muito exigente, de grande complexidade, que envolveu mais de 20 especialistas”, afirmou o arquiteto coordenador do projeto, Manuel Roque.

Esta obra “será o primeiro equipamento cultural do país com certificação Leed, ou seja, uma certificação internacional UE permite atestar a sustentabilidade dos edifícios”.

Manuel Roque disse ainda que a empresa, que tem sede em Guimarães, “já fez outros teatros no país”, como, por exemplo, o Cine Teatro Vila Flor e o de Caldas da Rainha, ou seja, “há já uma experiência neste tipo de projeto” cultural.

O CAEV terá uma das maiores salas de espetáculos da região Centro, uma vez que terá 1.005 lugares sentados, só superado por Coimbra, cujo Convento de São Francisco tem 1.093, enquanto outros distritos têm menos de 1.000 lugares, como na Guarda, Castelo Branco, Leiria e Aveiro.

Na apresentação pública, hoje na Câmara Municipal de Viseu, Manuel Roque destacou alguns dos pormenores do novo equipamento cultural que vai ser, no seu entender, “em constante comunicação” com o espaço e as pessoas, que se “quer permanentemente visitado, quase uma metáfora do que é uma cidade, porque será um espaço com diferentes valências”.

Com uma área total de construção de 13.500 metros quadrados (m2), o edifício ocupará 10.000 m2 e terá uma “grande sala de espetáculos, que será o coração do equipamento, com uma área de palco de 542 m2 e 1.005 lugares sentados” que será “multifuncional e de grande exigência técnica”, revelou.

O edifício de sete pisos contempla ainda uma sala de ensaios e uma de exposições, serviços administrativos, bar e café-concerto e um restaurante panorâmico com sala de refeições e uma esplanada.

A área total abrange ainda um anfiteatro ao ar livre com 760 lugares sentados, espaços verdes e de lazer, que terão um parque de estacionamento subterrâneo com mais de 100 lugares.

O CAEV será uma das obras a nascer na entrada norte da cidade, na avenida da Europa, junto ao tribunal, e terá a entrada principal virada para a fonte cibernética.

“A obra tem uma paleta de materiais muito reduzida, mas será uma grande surpresa quando o virem construído. Vai ter diferentes cores que acabam por nos dizer o que existe no interior, porque cada cor corresponde a uma função, mas não é de leitura imediata, é através da reflexão de vidros de características diferentes que nos dão essa coloração”, pormenorizou o arquiteto.

O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, que sempre assumiu que “esta é a obra mais desejada” para ver nascer em Viseu, tem agora o projeto no gabinete técnico do Município para depois ser aprovado pelo executivo.

“Não sei quando é que será lançado o concurso e não farei nenhum tipo de pressão para ser o quanto antes. Uma coisa eu sei, gostaria muito de ser eu a inaugurá-lo, porque é mesmo o meu menino”, afirmou.

Questionado se há a possibilidade de a obra não avançar, caso nas eleições autárquicas de 12 de outubro, o projeto ainda não tenha arrancado, Fernando Ruas não se revelou preocupado. “Se não arrancar por algum motivo, quem assumir a Câmara, também assumirá as responsabilidades por falharem com compromissos”, disse.