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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
A abertura do concurso público para a prestação de serviço de transporte coletivo rodoviário de passageiros gerou polémica em Lamego com o PS a acusar o executivo de querer discutir o assunto “à pressa” e sem fazer contas. Autarquia garante serviço, independentemente das críticas.
A autarquia lançou o concurso público internacional nas linhas do Verdinho (mini autocarro elétrico), circuitos municipais, intermunicipais e transportes escolares para os próximos cinco anos, renovável por mais cinco. O presidente da Câmara, Francisco Lopes, lembrou que o contrato atual termina no dia 3 de setembro e que mesmo com o voto contra do PS, os munícipes não vão ficar sem alternativa.
“De forma apressada, [o executivo do PSD] tenciona aprovar um concurso para a prestação de serviço público de transportes rodoviários de passageiros para um período de 10 anos, sem que a própria Autoridade dos Transportes compreenda como a Câmara Municipal consegue definir um preço estável para este período tão extenso”, acusam, no entanto, os socialistas que questionam “o que leva o executivo municipal a lançar, de forma apressada e inusitada, um concurso para tão extenso período de tempo”. Para os socialistas, a decisão compromete os próximos executivos municipais.
Críticas que foram respondidas pelo presidente da Câmara durante uma viagem que o autarca fez no autocarro “Verdinho”. Francisco Lopes disse que o PS estava a colocar em causa o serviço que é prestado, lamentando esta posição para com os munícipes. “Dizem que é muito dinheiro que se gasta com a rede do Verdinho, com a rede de transportes públicos concelhios, com o transportes dos nossos idosos que vêm das freguesias que se deslocam ao hospital ou ao centro de saúde, com as nossas crianças que vão para as escolas todos os dias, com todos os nossos reformados e antigos combatentes que têm transporte gratuito na nossa rede. Queremos uma nova rede de transportes com mais circulação, com redução de tarifas para todos”, apontou.
Para o autarca, este é um serviço “caro”, mas “fundamental”.
“É verdade que os transportes estão muitos caros, nos últimos 10 anos a camara gastou 13 milhões de euros em transportes. Em 2024 a rede de transportes públicos que opera no concelho vai custar 1 milhão 470 mil euros e prevemos que no novo contrato o valor suba para um milhão e 700 mil euros. Mas este é um serviço indispensável e que não pode parara. O PS acha que parando os transportes públicos a população vai-se revoltar contra a câmara. Mas nós não vamos deixar que isso aconteça”, avisou o autarca.
Mas para o PS, o lançamento do concurso foi feito de “forma leviana e apressada” . “O atual executivo submeteu um documento com 380 páginas relativo à proposta de abertura de concurso público para a prestação de serviço de transporte coletivo rodoviário de passageiros no concelho de Lamego, menos de 48 horas antes de uma reunião de Câmara extraordinária, a realizar num intervalo de uma sessão da Assembleia Municipal, já anteriormente marcada para esse dia. Uma situação inexplicável, visto que a Câmara tinha conhecimento, já há três anos, que teria de conduzir este processo durante o presente ano”, lembraram os socialistas.
Os vereadores do PS acabaram por votar contra por, segundo explicaram, haver “dúvidas e o procedimento levantar muitas questões”.
“O PS votou contra o procedimento em si, contra a forma como o mesmo foi apresentado e não contra o que sempre promoveu e defendeu durante as últimas décadas, que foi a criação do serviço de transportes públicos de Lamego (Verdinho) em 2004, o aumento da cobertura dos transportes, para ir ao encontro das necessidades de todos e a tendência para a gratuitidade dos mesmos”.