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Desde que a Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão) mudou os serviços para o Solar do Vinho do Dão, há praticamente 20 anos, as anteriores instalações no centro da cidade de Viseu estão ao abandono.
O edifício já tem um projeto previsto e aprovado pelo conselho geral da CVR Dão, mas a falta de financiamento continua a ser o entrave para que a futura Cidade do Vinho possa ser uma realidade. O projeto deverá custar sete milhões de euros.
“Queremos que seja um polo quer de serviços ligados ao vinho, um polo de atração de turistas e que instale, sobretudo, empresas ligadas à economia de vinho. É o que temos previsto e que está já aprovado pelo nosso conselho geral. Falta-nos o fundamental que é o financiamento. É uma coisa em que estamos a trabalho”, disse Arlindo Cunha, presidente da CVR Dão.
Segundo o responsável, espera-se agora que os apoios possam chegar. “Estamos a falar de um projeto que não se constrói em meia dúzia de meses, está tudo feito e tudo pensado. Estamos em contactos com a Comissão de Coordenação, com a Câmara de Viseu, também já falamos com a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões e esperamos que nos possam ajudar”,
Arlindo Cunha explicou que ainda que “o projeto já deveria ter sido financiado antes da pandemia, com o último quadro comunitário, mas esse dinheiro acabou por ser canalizado para a pandemia e já não houve verbas para projetos adicionais, como era o caso deste”.
Para o presidente, a Cidade do Vinho “não é um projeto meramente privado, é um projeto de interesses comunitários para a cidade e para a região demarcada. Um polo de atração, de diferenciação da cidade de Viseu e da região”.
O projeto prevê um conjunto de valências, como serviços administrativos, laboratórios, museu, loja para venda de vinhos da região e até espaços de restauração.
“Um dos objetivos prioritários da Comissão Vitivinícola é reabilitar aquele espaço para, naquele local, ser feita a Cidade do Vinho. Vão para lá as nossas instalações, serviços administrativos, laboratórios. Haverá um museu moderno, digital, com uma função histórica e pedagógica, tanto para as escolas, como também para atração dos turistas. Ficará ali sediado o Welcome Center da rota do vinho do Dão, haverá uma loja de vendas com produtores da região. Haverá ainda um espaço que iremos arrendar dedicado à restauração, com gastronomia ligada à região e ao enoturismo e algumas empresas, sobretudo de economia digital, ligadas ao setor do vinho”, explicou.
Instalações ao abandono deixam populares preocupados
Desde que ficaram ao abandono, as instalações têm sido alvo de vandalismo e recentemente foram usadas para um sequestro.
Arlindo Cunha diz que ao longo dos anos “têm sido feitos investimentos na vedação e segurança do espaço”, mas que “acaba tudo vandalizado”.
“Para podermos resolver de vez o problema das instalações é preciso dar-lhe uma utilização. Fizemos investimentos em vedações, mas foi tudo destruído. Nesta questão da segurança precisamos de ajuda da autarquia e da PSP”, refere.
Recentemente, o tema das instalações da Federação dos Viticultores do Dão estarem ao abandono chegou a ser abordado durante uma Assembleia de Freguesia, onde um morador alertou que começa a ser “perigoso circular nas imediações deste complexo”.
“Se no período da Feira de São Mateus o seu espaço exterior tem servido para parquear alguns dos feirantes que participam no certame, a verdade é que ao longo destas últimas décadas nada mais tem acontecido com toda aquela estrutura que se encontra ao abandono, sendo visível uma degradação rápida, com a cobertura a correr sérios riscos de derrocada em alguns dos edifícios. Nos últimos meses, tenho verificado que algumas das estruturas do complexo da Federação do Dão estão a ser ocupadas por pessoas que me parecem serem sem abrigos, mas que também, por movimentações estranhas que posso visualizar, poderá aquele lugar servir para o consumo ou tráfico de droga”, disse na sua intervenção João Gomes, morador na Av. Capitão Homem Ribeiro, onde se localiza o edifício.