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Um filho de Abril a pintar abril. É este o desafio que a ACERT deu a Ramon Freitas. O artista, de 28 anos, vai celebrar o meio século do 25 de abril com uma pintura que ficará na história, para também a celebrar. “Ainda estamos a trabalhar a pintura com a ACERT. O tema é os 50 anos do 25 de abril. O mural servirá para assinalar a data. A minha ideia seria abordar a revolução de uma forma diferente do habitual, fugir à escrita do número 50, colocar cravos. Não consigo ainda dizer o que poderá ser”, explica, preferindo não detalhar o que vai surgir na parede que vai atingir 19 metros de largura.
A censura, desvenda, vai ser o ponto de partida. Depois, logo se vê. “A pintura tem de estar pronta durante o festival e vai nascer numa parede que tem 19 metros de largura e 3 metros de altura. O desafio é criar uma metáfora que celebre o 25 de abril”, remata Ramon Freitas.
O antigo aluno do curso de Artes Plásticas e Multimédia da Superior de Educação de Viseu quer, sobretudo, com a pintura “festejar a liberdade de podermos ser, falar e fazer”. A obra de arte vai fazer parte da programação do Tom de Festa. E, por isso, Ramon acredita que com algum grau de certeza “as pessoas podem vir a acompanhar o evoluir da pintura”. “Iniciaremos os trabalhos antes do festival e a ideia é terminar durante o Tom de Festa. Provavelmente vamos ter pessoas a questionar que obra é aquela e interagir ou a tirarem fotos”, reforça.
Picasso, Matisse e Bansky são referências
O artista que vai assinar a obra enquanto coletivo Ergo Bandits, que nasceu em Viseu em 2016, confessa que nunca imaginou pintar sobre o 25 de abril e promete uma “obra marcante”. “Assim que surgiu o desafio, agarrei-o com bastante entusiasmo”, assume.
Num percurso feito de várias artes, Ramon Freitas vê em Shepard Fairey, que encabeça o projeto Obey, Bansky, Picasso e Matisse referências artísticas. Foi nos Ergo Bandits que Ramon Freitas começou a tratar por tu a pintura. “O projeto de arte urbana começou em 2016. Já fizemos algumas pinturas no festival “Tons da Primavera”, em Viseu. A pintura de paredes não é algo que faça a tempo inteira. Volta e meia faço ilustrações, mas a minha área é mais o audiovisual”, refere.
Os Ergo Bandits nasceram quando Ramon e os amigos estudavam. O foco, sublinha, é “contar histórias e divulgar ideias de forma visual”. “Intitulamo-nos como um grupo ‘artivista’, ou seja, que usa a arte para, de certa forma, espalhar os pensamentos e palavras”, explica.
Artista criou MITZPE para representar alguém ‘fora da caixa’
Se em 2016 lidou com a pintura mais de perto, hoje com 28 anos de idade, recorda os tempos em que despertou para a arte. Teria 14 ou 15 anos. “A minha ligação às artes começou desde cedo. Porque foi também desde cedo que me comecei a questionar. Eu defendo que a arte é o questionamento. A verdadeira arte é um questionar das verdades sobre a vida. Eu sempre fui um questionador e, por isso, desde jovem despontei para a arte”, acrescenta Ramon Freitas.
Nessa altura, na adolescência, era no audiovisual que se sentia em casa. Hoje, assume-se multidisciplinar. “Não estou focado uma área, mas gosto de explorar várias. Neste momento estou focado no audiovisual. Sempre que posso, avanço para aquilo que vejo como uma terapia: pintar, desenhar, a parte mais criativa”, assinala.
Recentemente, Ramon Freitas criou MITZPE, uma personagem que serve para exprimir os pensamentos do artista e a liberdade criativa. Ramon explica que MITZPE é “um ser antropomórfico que simboliza a sensação humana de estar do ‘lado de fora’”. “A um determinado ponto das nossas vidas todos nos sentimos um pouco fora da caixa ou do nosso ambiente. Estas imagens salientam essa sensação, trazendo à tona um sentimento comum e uma mensagem”, explica. Por agora é nos 50 anos de abril que está focado. Vem aí uma pintura numa parede de 19 metros para celebrar o número 25.