A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Sabia que é possível parecer mais jovem e elegante com os seus…
No segundo episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
futuro
A juventude, além da sua irreverência e ideais definidos é diretamente denominada
como um estágio da vida repleto de expetativas, esperanças, ideias e ambições. No
entanto, o atual panorama português, foge ao cenário cor-de-rosa, com que sonhamos a
vida toda. Deparamo-nos com dificuldades e obstáculos no que concerne à progressão de
carreira e ingresso no mercado de trabalho após conclusão do ensino obrigatório,
profissional ou superior, problemática esta que exige do nosso governo português
respostas urgentes, eficazes e com impacto real.
As diversas dificuldades que um jovem português enfrenta, seja no ingresso ao
mercado de trabalho ou na desconexão e desajustes existentes entre a formação académica
e as necessidades do mercado de trabalho, não se baseiam somente na questão económica,
mas em desafios que mexem com os alicerces da justiça social.
Fazemos parte da geração mais qualificada de sempre a nível académico, no
entanto, vivemos num país onde o mercado de trabalho não está preparado para as
qualificações dos jovens portugueses na atualidade. Em resposta a este cenário, entregam-
nos baixos salários, contratos a termo, estágios mal remunerados e trabalhos temporários,
isto quando um jovem recém-licenciado consegue efetivamente exercer na sua área de
estudo, caso contrário encontramos jovens a ocupar cargos desajustados às suas
qualificações. Este vasto leque de precariedade laboral e desvalorização de competências
tem consequências diretas na construção de carreiras sólidas, no desenvolvimento pessoal
e planejamento do futuro. Como resultado, os nossos jovens veem-se obrigados a ocupar
posições desajustadas às suas qualificações em busca de alguma estabilidade.
Esta situação torna-se frustrante não só a nível pessoal, como também demonstra
uma falta de eficácia do sistema, onde os recursos investidos pelo governo na formação
académica, não se traduzem em ganhos económicos reais para o país, o que leva os jovens
a sentir necessidade de procurar no exterior a estabilidade que não encontram no seu país.
Resumindo a situação, Portugal faz o investimento educacional, o investimento em
profissionais qualificados e empurra-os para fora do país, o que representa uma perda
significativa de capital humano qualificado.
É notória a existência de uma desconexão preocupante entre o sistema educativo
e as necessidades do mercado de trabalho, o que representa uma falha estrutural que
obriga à necessidade de desenvolver a capacidade de previsão das necessidades futuras,
num contexto de rápido de globalização e upgrade tecnológico, o que implicaria por parte
dos sistemas educativos, do governo e do setor empresarial, atualizações pertinentes e
reajuste do modelo educativo tradicional, para que essas necessidades sejam supridas,
incentivando formas de ensino mais atualizadas e alinhadas com as atuais realidades
profissionais e económicas.
A falta de oportunidades quando falamos de progressão, também é exacerbada
pela inflexibilidade dentro do mercado de trabalho. As entidades patronais preferem
manter certas estruturas hierárquicas fixas, baseadas em critérios como antiguidade e
lealdade, em vez de recompensar o talento, a proatividade e a capacidade de resiliência,
o que compromete as oportunidades de desenvolvimento, tanto pessoal como profissional
dos nossos jovens. Tendo em conta este paradigma, políticas de incentivo à mobilidade
interna e valorização de mérito, deveriam ter uma atenção especial, medidas assim podem
ajudar a criar regimes laborais mais dinâmicos e justos.
Em alternativa à progressão de carreira, temos o empreendedorismo, que
infelizmente também apresenta inúmeras lacunas. A burocracia excessiva, altos impostos,
dificuldades de acesso a financiamentos e apoios, diminuem consideravelmente a criação
e crescimento de novas empresas inovadoras criadas por jovens. A implementação de
políticas que promovam o empreendedorismo jovem, que ofereçam incentivos fiscais e
facilitem os processos administrativos, poderiam ser o elemento-chave para desbloquear
o potencial da nossa juventude no que diz respeito à criação de novas empresas.
Em suma, as dificuldades que os jovens portugueses enfrentam na progressão das
suas carreiras é uma problemática multifacetada, que exige uma abordagem política
eficaz, integrada e ampla. Garantir que os jovens têm acesso a empregos de qualidade, a
reforma do sistema educacional adaptada às novas necessidades do mercado de trabalho,
a promoção da flexibilidade laboral, o incentivo à participação dos jovens na política, o
reajuste das tabelas salariais e o incentivo ao empreendedorismo jovem, são medidas
cruciais para a construção de um futuro mais acolhedor e próspero para todos os jovens
portugueses.
O futuro do nosso país depende da capacidade de resiliência dos nossos jovens e
da capacidade de proporcionar-lhes condições necessárias para o desenvolvimento do seu
potencial e concomitantemente do seu futuro. Talvez assim, não tenhamos de assistir a
um desertar de jovens, descontrolado e totalmente desnecessário, incentivando a sua
permanência em Portugal. Somente assim será possível garantir um futuro mais justo e
inclusivo para os jovens portugueses, onde o mérito e o esforço são valorizados e por sua
vez recompensados com oportunidades reais de carreira e um futuro mais promissor.
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Helena Carvalho Pereira
por
José Carreira