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Ética das vacinas
Vamos para dois anos de peste. Com o frio, regressaram em força à Europa as infecções, os internamentos, as mortes. As coisas estão menos más do que há um ano graças às vacinas, mas estas não foram a bala de prata capaz de exterminar o “bicho”.
A variante Delta do SARS-CoV-2 veio desfazer-nos o sonho da “imunidade de grupo”. Não aconteceu quando atingimos os 70% de vacinados, não aconteceu quando chegámos aos 85%. “Não vai acontecer nem aos 100%”, angustiam-se os velhos, enquanto esperam e desesperam pela terceira dose.
Escrevo este Olho de Gato no exacto dia em que a Agência Europeia do Medicamento aprovou o uso da vacina da Pfizer para crianças dos 5 aos 11 anos.
Esta decisão é perturbante. Estamos perante um dilema cada vez mais recorrente na bioética. Vacinar pode-se. Mas será que se deve?
Tanto quanto se sabe, as crianças não adoecem com Covid, embora sejam transmissoras do vírus. Se esta vacinação for feita com o propósito de proteger os adultos, ela é eticamente reprovável. Se for para evitar que haja encerramento de escolas e haja evidência científica que isso se consegue com uma vacinação maciça, então esta passa a ser eticamente aceitável, porque estaremos a vacinar os miúdos para seu benefício e não para benefício dos crescidos.
Como se sabe, o ensino à distância prejudica os alunos, especialmente os mais pobres. Vale a pena tentar tudo para que as aulas “ao vivo” não sejam interrompidas.
Um psicodrama em três actos
Primeiro acto — 25 de Outubro
Palco: assembleia da república. Protagonistas: Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Chumbo do orçamento de estado logo na generalidade. Resultado: uma crise política não isenta de riscos para a esquerda em geral e para aqueles dois em particular.
Segundo acto — 27 de Novembro
Palco: secções de voto do PSD. Protagonistas: Rui Rio e Paulo Rangel.
Na plateia, André Ventura, Chicão, a esquerda e as empresas de sondagens torcem por Rio. Cotrim faz claque por Rangel. Mas, como se diz nas Beiras, “quem está fora racha lenha”. Hoje é com os militantes laranjas.
Não tenho preferências nesta guerra. É difícil perceber-se para que lado escorrem aqueles pagamentos de quotas a esmo, é difícil avaliar-se o verdadeiro peso eleitoral dos caciques que dominam o aparelho, mas, apesar de todo esse nevoeiro, mantenho o palpite que publiquei há um mês nas redes sociais: Paulo Rangel vai derrotar Rui “Tó-Zé Seguro” Rio.
Terceiro e último acto — 30 de Janeiro de 2022
Palco: secções de voto nas freguesias e consulados. Eleições legislativas. Protagonistas: Costa e Rangel, se a minha previsão estiver certa.
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