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A fábrica da igreja de Silgueiros, no concelho de Viseu, impediu a utilização da casa paroquial por parte de refugiados ucranianos. O caso está a revoltar a população local.
A moradia localizada junto à igreja da localidade está desocupada, mas não pode ser habitada porque um elemento da comissão fabriqueira se opôs à disponibilização da habitação. Isto apesar do apelo lançado pela Diocese de Viseu para que as paróquias cedessem casas em condições de integrarem uma bolsa destinada ao acolhimento de refugiados do país invadido pela Rússia.
O Jornal do Centro sabe que esse membro do conselho económico da paróquia recusou que a habitação do padre, que funciona apenas como secretaria, fosse utilizada por cidadãos ucranianos porque sofreu obras há pouco tempo. O mesmo elemento também temia que os refugiados estragassem a moradia após a intervenção feita.
O caso acabou por gerar revolta na comunidade e o pároco de Silgueiros não o esconde. O padre Raimundo Ferreira Araújo assume que a situação “gerou um mal-estar na paróquia”.
“Ao início pensava-se que a casa ia ser cedida porque só funciona como secretaria. No entanto, houve um membro [da fábrica da Igreja] que não concordou e o bispo de Viseu, para não gerar um mal-estar na comunidade, achou por bem não libertar a casa”, disse o sacerdote.
O padre de Silgueiros era favorável à disponibilização da moradia, à semelhança do que fez com a outra paróquia onde é pároco na localidade vizinha de Lajeosa do Dão, já no concelho de Tondela.
Em declarações ao Jornal do Centro, o padre Manuel Clemente, da Pastoral Social da Diocese de Viseu, que tinha apelado às paróquias para cederem casas que estivessem desocupadas, afasta qualquer polémica.
O responsável diz que a moradia vai ficar vazia porque, entretanto, pode chegar um novo padre a Silgueiros.
“Se o atual pároco deixar a paróquia, é evidente que, nomeando outro pároco, é onde este vai ficar. O problema é esse. Nós vimos e dissemos que, de certeza, deve haver outras instalações, que se dê o jeito que for necessário na paróquia e que se ponham outros locais, mesmo o local onde se faz a catequese, disponíveis para acolher ucranianos. Mas, simplesmente, viu-se uma realidade que pode ser um obstáculo, amanhã ou depois, para que o pároco habite lá junto com os paroquianos”, acrescenta.
Um elemento da comissão fabriqueira de Silgueiros recusou prestar declarações, alegando não querer “alimentar polémicas”, dizendo apenas que o caso resultou de “uma série de mal-entendidos”. Também não foi possível obter uma reação do bispo de Viseu, D. António Luciano.