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O presidente da Câmara de Viseu lamenta que o Governo tenha escolhido Vila do Conde, uma cidade do litoral do país, para instalar um polo do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), quando a autarquia que lidera até tinha oferecido um espaço para albergar o organismo que forma juízes e procuradores do Ministério Público. Os lamentos de Fernando Ruas foram manifestados esta quinta-feira de manhã na reunião do executivo municipal.
No dia 10 de janeiro, na abertura do ano judicial, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, anunciou que o polo regional do Norte do CEJ iria ficar em Vila do Conde. O serviço vai funcionar no Convento do Carmo, que será requalificado, sendo cedido a custo zero pela autarquia local.
“Não temos nada contra Vila do Conde, antes pelo contrário, achamos até normal que faça a sua pressão”, começou por dizer o autarca do PSD.
“Agora o que dizemos é isto: sabemos de fonte fidedigna que estavam previstos três locais para a instalação do CEJ, Coimbra, Aveiro e Viseu. Como Coimbra já tem uma Faculdade de Direito, a decisão estava entre Aveiro e Viseu e este presidente de Câmara fez constar que daria instalações, fosse buscá-las onde fosse. Achávamos que a decisão de ser no interior era perfeitamente justificada é isso que se anda a dizer”, alegou.
Fernando Ruas disse ainda que esta opção do Governo vem provar que se “litoralizam” sempre as decisões e salientou que o executivo de António Costa não pôs o CEJ em Viseu porque não quis.
“Fica provado que, ao contrário do discurso que muitas vezes fazemos, a nossa capacidade de influência é muito pouca. Andamos a dizer que trazemos, e não trazemos nada, quando chega às grandes decisões nada. Não temos influência, têm influência as pessoas do litoral que levam as coisas para lá, para acumular aquilo que já têm”, criticou.
Os reparos ao Governo PS não se ficaram por aqui. Fernando Ruas também não gostou de saber pela imprensa que o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, esteve de visita a Viseu há uma semana.
“A ministra da Agricultura veio aqui presidir à sessão de enceramento [da reunião do Conselho Geral da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas] e fez aquilo que era correto, avisou a Câmara com antecedência de que estaria presente e eu lá fui cumprimentá-la. É assim que está no protocolo”, afirmou.
“O senhor secretário de Estado do Trabalho não sabe disso, veio a Viseu, inclusivamente veio a uma instalação que a Câmara paga e nem sequer se dignou a dar conhecimento ao presidente da Câmara e à Câmara. Não vou deixar passar isto em claro e mandarei à senhora ministra esta informação a dizer que está no protocolo e que convém que seja cumprido”, disse.
O presidente da autarquia viseense lamentou ainda que o Governo tenha deixado Viseu de fora do programa “Mais Médicos”, que pretende atrair jovens clínicos para hospitais de territórios pouco povoados, dando-lhes benefícios salariais e de habitação.
Este programa que arranca em 2024 vai abranger unidades hospitalares localizadas em Bragança, Guarda, Covilhã, Castelo Branco, Portalegre, Santiago do Cacém e Beja.
“Possivelmente estaremos muito bem servidos de meios humanos no hospital, que dispensou sermos colocados nesta lista”, afirmou em jeito de crítica.