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O 78.º Festival d’Avignon encerra este domingo com uma programação que inclui “Terminal (O Estado do Mundo)”, de Inês Barahona e Miguel Fragata, entrando em contagem decrescente para a edição de 2025, que tem a língua árabe por convidada.
“Terminal (O Estado do Mundo)” estreou-se no passado dia 04, no Festival de Almada, antes de rumar a Avigon, onde esteve em cena ao longo da última semana.
Com texto de Inês Barahona e encenação de Miguel Fragata – a dupla da companhia Formiga Atómica, que celebra este ano o 10.º aniversário -, a peça reúne cinco personagens num terminal, “espaço confinado (mas aberto)” que serve de metáfora a uma reflexão “sobre o planeta que habitamos e a relação que mantemos com ele, na iminência de um ponto de não-retorno climático que poderá levar à extinção da nossa espécie”. As histórias das personagens, segunda a sinopse da obra, revelam-se “portas entreabertas para um novo destino – uma nova oportunidade – para a Humanidade”.
“Terminal”, a peça, foi precedida de “um aturado trabalho de campo que cobriu o território continental português e os Açores, mais dois locais em França”, para levantamento das preocupações centrais da peça. A produção reúne os teatros nacionais D. Maria II e S. João, o Teatro Viriato, em Viseu, as associações ACERT, de Tondela, e Lavrar o Mar, de Aljezur, o Cine-Teatro S. Pedro, em Alcanena, o Teatro Virgínia, em Torres Novas, a RTP, o Théâtre du Point du Jour, em Lyon, e o Festival d’Avignon.
à interpretação de “Terminal (O Estado do Mundo)” está a cargo de Anabela Almeida, Vasco Barroso, Miguel Fragata, Carla Galvão e dos músicos dos Clã Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves.
Dirigido pelo encenador e dramaturgo português Tiago Rodrigues, o Festival d’Avignon reserva o último dia deste ano para as derradeiras representações de peças como “A Gaivota”, de Tchekhov, pela encenadora de origem peruana Chela de Ferrari, “Elizabeth Costello. Sept leçons et cinq contes moraux”, pelo polaco Krzysztof Warlikowski, a partir da obra do Nobel da Literatura J.M. Coetzee, e “Léviathan”, da atriz e dramaturga francesa Lorraine de Sagazan, uma peça que “questiona o sistema judicial, pensa nas suas alternativas e imagina diferentes rituais simbólicos”.
O coreógrafo francês Boris Charmatz, atual diretor da companhia Tanztheater Wuppertal, fundada por Pina Bausch (1940-2009), apresentará hoje, por quatro vezes, “Forever – Immersion dans ‘Café Müller’ de Pina Bausch”, a sua revisitação de uma das obras-chave da coreógrafa alemã, enquanto a cantora Sílvia Pérez Cruz faz do seu mais recente álbum, “Toda la vida, un día”, o espetáculo de encerramento do festival de teatro, este ano dedicado à língua espanhola.
A próxima edição do Festival d’Avignon, em 2025, terá a língua árabe por convidada e, por “artista cúmplice”, a coreógrafa cabo-verdiana Marlene Monteiro Freitas, como Tiago Rodrigues anunciou na passada segunda-feira.
Marlene Monteiro Freitas, Leão de Prata de carreira da Bienal de Dança de Veneza 2018, abrirá o palco principal do certame – a Corte de Honra do Palácio dos Papas -, em julho de 2025, com a estreia mundial de uma nova obra, segundo o anúncio feito por Tiago Rodrigues, a seis dias do encerramonto desta edição.
Outro nome então anunciado para 2025 foi o do encenador suíço Milo Rau, que levará a Avignon um espetáculo itinerante, no âmbito do projeto Sala Comum (Volksstück, sala comunal, do povo), em parceria com o Festival de Viena (Wiener Festwochen).
A homenagem à língua árabe será feita em parceria com o Instituto do Mundo Árabe.
A 78.ª edição do Festival d’Avignon, a segunda com Tiago Rodrigues como diretor artístico, teve início no passado dia 29 de junho.