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Francisco Mendes da Silva desfiliou-se do CDS por entender que deixou “de ser útil” ao partido, que “deixou de querer ser um instrumento relevante e autónomo” dos princípios que defende.
O ex-presidente da distrital centrista de Viseu também anunciou a renúncia ao mandato de deputado na Assembleia Municipal.
“Devo aos viseenses a informação de que renunciei ao mandato de membro da Assembleia Municipal de Viseu. Fi-lo porque, em momento anterior, solicitei a minha desfiliação do CDS-PP, partido em cujas listas me candidatei ao referido mandato”, escreveu Mendes da Silva numa publicação na rede social Facebook.
No texto, Francisco Mendes da Silva diz que não sai do CDS “desiludido nem em conflito pessoal com quem quer que seja”.
“Saio por falta de predisposição para o envolvimento partidário ativo, nesta fase da minha vida, e por progressiva convicção de que o CDS deixou de querer ser um instrumento relevante e autónomo, dinâmico e moderno – e o mais representativo possível – dos princípios políticos que defendo. Não saio por ter deixado de acreditar no que há muito acredito; saio porque, acreditando no que acredito, sinto que deixei de ser útil no – e ao – CDS”, argumentou.
O advogado lembra que aderiu ao CDS através da Juventude Popular, em 1995, e guarda “muitas memórias felizes” da sua militância, antecipando irá “ter saudades” dos “tempos de empenho político no CDS”.
Apesar de afirmar que “foi uma decisão difícil”, o antigo deputado refere que se tratou se “uma decisão natural”, que “resulta de uma reflexão” sobre as suas “posições políticas” e a evolução da sua “relação com o partido e com as obrigações da vida partidária em geral”.
“Foi uma reflexão longa, profunda, estritamente pessoal e solitária, que há dias chegou a uma conclusão”, refere Francisco Mendes da Silva, notando que irá permanecer “politicamente desperto, interessado em perceber as mudanças do mundo” e em “compreender de que modo” os seus “valores e princípios poderão enquadrar e responder a essas mudanças”.
Mendes da Silva ocupou ainda o cargo de presidente da distrital do CDS de Viseu entre 2019 e 2020, tendo deixado de exercer tais funções por considerar que não tinha condições para continuar. Foi também deputado do partido na Assembleia da República.