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Incêndios: Sernancelhe sem internet nem “boa parte” de comunicações móveis

Na estrada é visível o horizonte negro que se avista desde o concelho de Sátão a Sernancelhe e até Penedono

19.08.25
fotografia: Jornal do Centro
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19.08.25
Fotografia: Jornal do Centro
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O município de Sernancelhe enfrenta grandes limitações nas comunicações devido aos incêndios – não há internet nem rede móvel da MEO, as outras redes “ainda vão funcionando” – e os danos são incalculáveis, contaram à agência Lusa vários munícipes.

“Estamos aqui assim, esquecidos por todos. Não temos internet, não temos telefone, não temos televisão. Não temos nada. Também não tivemos bombeiros, ninguém para nos acudir. O que salvámos foi a população que se juntou e salvou, de resto ardeu”, disse hoje à agência Lusa uma munícipe de Sernancelhe, no distrito de Viseu.

Maria Rita acrescentou que “as pessoas andam a pedir os telemóveis emprestados umas às outras para falarem à família e para as situações mais urgentes”.

“Mas isto é muito triste. Desde quinta-feira à noite e já hoje é terça-feira!”, reagiu.

No centro da vila de Sernancelhe, uma moradora considerou “inacreditável” que tantas pessoas fiquem tantos dias incontactáveis. “Muita gente é da MEO e essa não funciona, parece que arderam os cabos de fibra”, lamentou.

Ao lado, no café, outro morador acrescentou: “As outras operadoras ainda vão funcionando, têm um ou outro problema, mas sempre se consegue falar.”

Outros dos problemas que se levantam, contaram, é que não se consegue entrar no sistema de faturação, ou seja, o cliente precisa deixa ficar o número de contribuinte e “um dia lá será passada a fatura” destes dias.

“Não se sabe é quando”, disse um proprietário de um café que pediu o anonimato, porque “o mais certo é a seguir aparecerem as finanças” a fiscalizar. “E nós não temos culpa desta situação, mas também não podemos deixar de fazer negócio”, acrescentou.

No Santuário da Senhora da Lapa deveria ter acontecido em 15 de agosto “uma das maiores festas” que ali se celebra e atrai todos os anos “milhares de pessoas, mas este ano, os convidados foram as chamas”.

“Já viu? Tudo aqui à volta está negro, está demasiado preto. Quem é que agora quer vir aqui? É um cheiro a queimado e já não temos a nossa paisagem verde para as pessoas fazerem os seus piqueniques”, lamentou-se ainda entre os moradores.

Todas as pessoas com quem a agência Lusa falou sofreram perdas com os incêndios, seja em soutos, olivais, pomares ou pinhais, “heranças de família e sustento” nos dias de hoje.

Maria Rita não escondeu a “indignação que se sente a ver tudo a arder, os pinhais e soutos, os olivais que eram o sustento de gerações a arderem por completo, sem que houvesse bombeiros para ajudar ou salvar”.

“Já houve aqui muitos fogos, mas como este… Nunca vimos nada assim”, contaram também os locais.

Na estrada é visível o horizonte negro que se avista desde o concelho de Sátão a Sernancelhe e até Penedono, com fumo de troncos caídos, fachadas de casas e empresas e veículos “perdidos” no terreno. Tudo negro.

O cenário é idêntico em Aguiar da Beira, concelho que se mistura com Sernancelhe (ambos no distrito de Viseu) – as gentes não ligam às fronteiras administrativas, todos ali são vizinhos.

“Na Quinta do Meio [Aguiar da Beira] éramos nove naquela noite a salvar toda a população. Felizmente conseguimos”, soltou um morador.

Luísa Neves, de Sernancelhe, disse que “o grande problema foi a falta de coordenação, porque houve zonas onde fizeram contrafogo e travaram o incêndio, mas os bombeiros não tinham autorização para o fazer em todo o lado”.

No seu entender, se tivessem feito um contrafogo em Fumadinha e Quinta do Meio, “na estrada, para ninguém correr perigo, o fogo não tinha passado para Mouções e Gradiz” (ainda em Aguiar da Beira), seguindo depois para Granjal (Sernancelhe).

“Não vai encontrar ninguém que não tenha sofrido de alguma maneira com este incêndio”, ouviu-se também durante a reportagem.

A agência Lusa tentou falar com o presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe, Carlos Santos, que não se encontrava nos Paços do Concelho, porque “anda no terreno com os técnicos” e a falta de comunicações não permitiu contactá-lo.

O fogo que chegou a Sernancelhe teve origem em dois incêndios – um deflagrou no dia 13 em Sátão e o outro no dia 09 em Trancoso, e na sexta-feira (dia 15) tornaram-se num só, que se alastrou a vários municípios.

Foram, assim abrangidos Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).

Este incêndio entrou em resolução pelas 22:00 de domingo, 17 de agosto.

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