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Mariana Mortágua diz em Viseu que governo tem visão “preguiçosa” para o país e para o interior

 Mariana Mortágua diz em Viseu que governo tem visão “preguiçosa” para o país e para o interior
07.07.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Mariana Mortágua diz em Viseu que governo tem visão “preguiçosa” para o país e para o interior
13.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Mariana Mortágua diz em Viseu que governo tem visão “preguiçosa” para o país e para o interior

A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusou o governo de ter uma visão “preguiçosa” para o país. Em visita à Sementeira, uma iniciativa cultural do partido em Viseu, Mortágua defende que o programa económico apresentado pelo governo liderado por Luís Montenegro não olhou às potencialidades de Portugal. “Baixar impostos sobre as maiores empresas e, mais uma vez, apostar no turismo. O governo apresenta-nos um país sem visão. Não quer saber de olhar para o nosso território, ver as potencialidades para desenvolver por inteiro”, sustenta.

Dando como exemplo a Sementeira, enquanto demonstrativo de que “em Viseu há muita coisa para mostrar, que pode ser fonte de desenvolvimento regional e de emprego”, a líder bloquista lamenta uma economia “de baixos salários, muito especializada em turismo, pouco diversificada e produtiva e muito incapaz de enfrentar o futuro”.

Depois de assistir a uma leitura de textos à entrada da sede do Bloco de Esquerda em Viseu, onde decorre até este domingo a Sementeira, Mariana Mortágua defendeu uma “discriminação positiva a nível fiscal para as empresas e pessoas se fixarem no interior”. No entanto, a líder bloquista apelou a um outro olhar para o interior português e a uma “visão estratégica, aprofundada e inteligente para todo o território que nos pode levar a ter uma economia que nos ajudará a enfrentar o futuro”. Mortágua lembrou que “desde 1970 que o IRC baixa em Portugal”. “Sempre com o mesmo argumento: vamos baixar o imposto e a economia vai crescer. E o que cresceu desde então? O imobiliário, o turismo, a construção, a finança e nós não conseguimos ter uma economia desenvolvida. Está na altura de perceber que é preciso mudar de estratégia e olhar com vontade para o nosso território”, vincou.

Numa análise ao território da região de Viseu, a líder do Bloco de Esquerda lamentou as urgências pediátricas fechadas durante a noite na Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões, o encerramento da linha da Beira Alta e uma cultura “que sobrevive sem apoios, muito dependente de estruturas autárquicas”.

No dossiê da saúde, Mortágua entende que “este governo está a cometer os mesmos erros do anterior” ao não perceber que “não há SNS sem profissionais”. “Sem respeitar estas pessoas, o trabalho, a dedicação, e isso quer dizer progressão na carreira e salários, nós não conseguimos ter SNS. Se não damos perspetivas de carreira aos jovens, se não olharmos os jovens nos olhos e lhes dissermos que com trinta anos vai ganhar mais do que com vinte anos, com quarenta ganhará ainda mais, e com 50 mais ganhará, nós não conseguimos fixar jovens nem em Portugal, muito menos no interior. Para fixar jovens é preciso ter salários, perspetivas de futuro, de carreira. Isto vale para o SNS, vale para a escola, vale para toda a economia”, justificou.

Mariana Mortágua também se mostrou preocupada com o crescimento da extrema-direita em França. A coordenadora do Bloco de Esquerda defende que foi “a esquerda mais à esquerda” a dar visão de esperança a França, criticando o trabalho do presidente francês, Emmanuel Macron, a quem acusou de ter tido uma “uma política irresponsável, contra os franceses” e de destruir a “a capacidade de as pessoas olharem para o futuro com esperança”. “A extrema-direita é um perigo porque recolhe a desilusão para o futuro. É um perigo porque é assente na xenofobia, no ódio, no medo, na divisão. Por isso, hoje os olhos estão postos em França com medo do que vai acontecer no futuro”, sublinhou.

 Mariana Mortágua diz em Viseu que governo tem visão “preguiçosa” para o país e para o interior

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