“Não há rali de camarote. Quem gosta de rali, tem de o ver no meio do pó”
Mortágua vai encher-se de apaixonados que, na próxima sexta-feira, querem assistir à passagem dos melhores pilotos do mundo. Um deles é o presidente da Câmara que promete assistir a tudo no meio de todos e do pó. Ricardo Pardal, assumido fã de desportos motorizados e de rali, diz que esta será uma edição difícil em que vai assistir ao rali sem a presença de um melhor amigo que perdeu há pouco tempo
Carlos Eduardo Esteves | carlos.eduardo@jcentro.pt
Contam-se os dias e as horas – os segundos! – para o Rali de Portugal chegar a Mortágua. Na próxima sexta-feira, 16 de maio, a vila do distrito de Viseu vai assistir por duas vezes à passagem dos melhores pilotos de rali na maior prova de desporto motorizado realizada em Portugal. Um dos adeptos mais ansiosos pela dupla passagem – uma pela manhã, às 7:32h e outra à tarde, às 17:02h – é o presidente da Câmara de Mortágua. Ricardo Pardal é um assumido fã de rali. O autarca garante que vai assistir a este momento alto no meio de todos os apaixonados pelo rali. “Não fazia sentido ver rali de camarote. Quem gosta, vê o rali no meio do pó. Rali sem pó, não é rali”, sublinha Ricardo Pardal.
O presidente da Câmara de Mortágua reconhece que este ano será “particularmente difícil” porque recentemente perdeu alguém com quem partilhou várias memórias ligadas ao rali. “Perdi um dos meus melhores amigos. Ao longo dos anos foi meu companheiro de estrada para vermos o rali. Lembro-me de muitos momentos de alegria à beira dos troços do Rali de Portugal por esse país fora”, explica.
O autarca recorda viagens do norte ao sul do país só para ver os melhores pilotos portugueses e internacionais. “Lembro-me das noites mal dormidas, dos olhos a arder com o pó e do que pomos na mesa e no copo. É do convívio que, sobretudo, me recordo. Conheci pessoas por este país fora por causa dos ralis”, enaltece.
Mortágua Arena terá ecrã gigante para acompanhar a prova durante todo o dia de sexta-feira
Sobre a prova, Ricardo Pardal não tem dúvidas de que, uma vez mais, será um autêntico brinde à modalidade que apaixona milhares de pessoas. Por isso, garante, as expetativas estão no patamar mais alto. “A Mortágua Arena está preparada, as infraestruturas estão todas instaladas para receber o rali em segurança. Há uma fun zone que estará a funcionar toda a noite de quinta para sexta-feira e durante todo dia de sexta-feira entre a dupla passagem na Mortágua Arena. Todos os que se deslocarem até nós, vão poder acompanhar o rali na sexta-feira através de um ecrã gigante”, detalha o autarca mortaguense.
Neste dia, confessa, passa “também a ser o Ricardo Pardal, além de ser o presidente da Câmara”. “Sou adepto assumido de desportos motorizados. Desde tenra idade que sigo o rali. É motivo de orgulho, acima de tudo, termos na minha terra, lugar onde nasci, cresci e vivo, o WRC e o Rali de Portugal, com dupla passagem”, indica.
“Investimento que fazemos tem retorno indireto ao longo do tempo”
O autarca deixa ainda uma garantia: “o lucro é maior do que o investimento” feito pelo município. “O lucro é direto não apenas no dia em que passa o rali, mas também nos dias da preparação e desmontagem. A prova também coloca Mortágua no mapa do mundo. Passamos a ser conhecidos mundialmente por ser terra de rali, de gente acolhedora, de boa gastronomia, paisagens, floresta e água. O investimento que fazemos tem um retorno indireto ao longo do tempo. Não se centra apenas nestes dias. É de médio-longo prazo e que tem dado frutos. E isso vê-se no crescimento económico”, assegura.
O Rali de Portugal inicia esta quinta-feira, 15 de maio, com o Shakedown, um troço para as últimas afinações, em Baltar, de manhã. A cerimónia de partida acontece em Coimbra e a competição começa com uma Superespecial, no centro da Figueira da Foz, ao final da tarde de quinta-feira.
No dia seguinte, é o dia D de Mortágua. Na sexta-feira, dia 16, há 10 classificativas com um total de 146,5 km. No dia mais longo do rali, há dupla passagem por Mortágua, Lousã, Góis e Arganil. Os pilotos vão também estrear na sexta-feira o troço Águeda/Sever do Vouga e o regresso de Sever do Vouga/Albergaria-a-Velha, que tinha visto passar o rali nos anos 90.
No sábado, dia 17, há sete especiais e 122,7 quilómetros cronometrados. O percurso inclui passagens por Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Lousada. No domingo, último dia de prova, os pilotos passam por Paredes, Felgueiras e Fafe com percurso total de 72,1 km. Há 95 equipas inscritas.
Quinta-feira, 15 mai: 09:31 Shakedown, em Baltar (5,72 km) 19:05 SS1 Figueira da Foz SSS (2,94 km)
Sexta-feira, 16 mai: 07:35 SS2 Mortágua (14, 59 km) 09:05 SS3 Lousã (12,28 km) 09:53 SS4 Góis (14,30 km) 10:41 SS5 Arganil (14,41 km) 13:05 SS6 Lousã 2 (12,28 km) 13:53 SS7 Góis 2 (14,30 km) 14:41 SS8 Arganil 2 (18,72 km) 17:05 SS9 Mortágua2 (14,59 km) 18:35 SS10 Águeda/Sever (15,08 km) 19:20 SS11 Sever/Albergaria (20,24 km
Sábado, 17 mai: 07:35 SS12 Vieira do Minho 1 (17,69 km) 08:35 SS13 Cabeceiras de Basto 1 (19,91 km) 10:25 SS14 Amarante 1 (22,10 km) 15:05 SS15 Vieira do Minho 2 (17,69 km) 16:05 SS16 Cabeceiras de Basto 2 (19,91 km) 17:55 SS17 Amarante2 (22,10 km) 19:05 SS18 Lousada – SSS (03,52 km)
Domingo, 14 mai: 06:43 SS19 Paredes 1 (16,09 km) 07:48 SS20 Felgueiras 1 (8,81 km) 08:35 SS21 Fafe 1 (11,18 km) 09:58 SS22 Paredes 2 (16,09 km) 11:03 SS23 Felgueiras 2 (8,81 km) 13:15 SS24 Fafe 2 – Power Stage (11,18 km)
