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08 de 04 de 2021, 17:52

Diário

Óbito/Jorge Coelho: o gestor "sempre à procura de soluções para os problemas - Visabeira

Jorge Coelho, que faleceu na quarta-feira, era membro do Conselho Geral e Supervisão do Grupo Visabeira e administrador do Grupo Vista Alegre

Visabeira

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Visabeira, Nuno Marques, lembra o profissional competente que foi Jorge Coelho, o gestor sempre à procura de soluções para os problemas.

Jorge Coelho, que faleceu na quarta-feira (7 de abril), era membro do Conselho Geral e Supervisão do Grupo Visabeira e administrador do Grupo Vista Alegre.

“Foi com grande consternação que soubemos desta notícia tão trágica. Jorge Coelho tinha uma proximidade ao Grupo pelas funções que exercia. Era alguém com uma dinâmica muito forte, um profissional muito competente e com uma forma muito programática e singela de ver os problemas e procurar soluções”, salienta o gestor.

Para Nuno Marques, a título pessoal, Jorge Coelho é uma homem de bom senso. “A vida é muito traiçoeira e, às vezes, prega-nos estas partidas”, lamenta.

Natural de Mangualde, Jorge Coelho morreu aos 66 anos na sequência de um ataque cardíaco fulminante quando se encontrava na Figueira da Foz.

Associado, desde o início, à ascensão do atual secretário-geral da ONU à liderança do PS, em 1992, e, mais tarde, já com os socialistas no poder, Coelho foi um dos membros do chamado “núcleo duro” de Guterres, onde também estavam António Vitorino e Joaquim Pina Moura.

E há 20 anos, após a queda da ponte de Entre-os-Rios, na noite de 4 de março de 2001, onde morreram 59 pessoas, assumiu as responsabilidades políticas pelo sucedido e - num gesto raro na política portuguesa - demitiu-se de imediato de ministro da Presidência e do Equipamento Social, com a tutela sobre as pontes, numa conferência de imprensa realizada madrugada dentro.

“Pelo respeito que merecem os que ali morreram e os que continuam a sofrer”, porque era “preciso retirar consequências políticas” e porque “a culpa não pode morrer solteira”, afirmou então, nessa madrugada, depois de conversas acaloradas com vários membros do Governo, incluindo António Guterres.

Depois disso, afastou-se da política ativa para se dedicar vida empresarial e, anos mais tarde, foi, de 2008 a 2013, presidente da Comissão Executiva da Mota-Engil, que deixou depois para abrir uma fábrica de queijo, na sua terra natal, Mangualde, a Queijaria Vale da Estrela. Uma veia empresarial que o levou a ser presidente da Assembleia Geral da Associação Empresarial de Viseu.

Integrava também o Conselho Geral do Instituto Politécnico de Viseu. Enquanto comentador político, e depois de ter passado pelos programas de debate na SIC e TVI, passou apenas a participar na Conversa Central, programa da Rádio Jornal do Centro.

Integrou, juntamente com outras individualidades, o Movimento Pelo Interior.

Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho nasceu em 17 de julho de 1954, e licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa.