Além do desporto ou do turismo, também é no mundo dos pagamentos digitais que Portugal se coloca na linha da frente da Europa.
O percurso começou com um nome bem conhecido: o Multibanco. No entanto, este sistema pioneiro ganhou um novo fôlego com o MB Way, aplicação que milhões de portugueses utilizam diariamente.E se acha que a evolução dos pagamentos digitais ficou por aqui, continue a ler o artigo e entenda o impacto destas soluções no consumo, nos hábitos digitais e nas perspetivas futuras.
Um país pioneiro: o Multibanco como ponto de partida
O Multibanco continua a ser uma das maiores marcas de inovação “made in Portugal” e uma peça essencial no sistema financeiro nacional. Quando foi lançado, em 1985, contava apenas com nove máquinas nas duas grandes cidades, Lisboa e Porto, destinadas a funções básicas como levantar dinheiro. Quatro décadas depois, essa pequena rede transformou-se num verdadeiro caso de referência internacional.
Hoje, existem cerca de 13 mil caixas automáticas por todo o país, através das quais é possível realizar operações, como pagamentos de serviços e pedidos de extratos de conta. A escala impressiona: só em 2024, a rede registou 693 milhões de operações, segundo dados da SIBS. Curiosamente, os levantamentos já representam menos de metade, tendo sido ultrapassados por serviços digitais.
O peso do Multibanco é visível também no comércio eletrónico. De acordo com o estudo “E-Commerce Payment Landscape in Portugal 2025”, este meio, associado às transferências bancárias, está a representar cerca de um quarto das transações online.
A chegada do MB Way: transformação das rotinas com simplicidade e rapidez
Se o Multibanco foi o alicerce, o MB Way foi a revolução digital. Criado pela SIBS em 2015, este sistema trouxe uma nova forma de usar o dinheiro. Através de uma aplicação que associa o número de telemóvel ao cartão bancário, tornou-se simples e imediato realizar transferências, compras online ou pagamentos presenciais.
Seja através de QR codes ou tecnologia contactless, a adesão foi rápida e massiva. Em 2024, o MB Way já contava com 6 milhões de utilizadores e 10 milhões de cartões associados, números que refletem a confiança dos portugueses na solução. O volume de utilização também impressiona. Registam-se mais de 70 milhões de operações mensaisprocessadas pela aplicação, abrangendo desde pagamentos em lojas físicas até transações online.
Na verdade, essa penetração só foi possível graças à ampla rede de aceitação. Existem cerca de 420 mil terminais de pagamento compatíveis com o MB Way em todo o país.
Do lado bancário, a cobertura é igualmente expressiva, com 28 instituições financeiras integradas.
Com esta presença generalizada, o MB Way deixou de ser apenas uma alternativa conveniente. Contudo, a sua popularidade também tem impactos que requerem algum cuidado. As burlas com MB Way são uma realidade e deve ter uma especial atenção a estas situações.
Como os pagamentos digitais redefiniram o consumo
Ainda que o Multibanco tenha aberto caminho para o cartão bancário, foi o MB Way que trouxe mobilidade e conveniência ao quotidiano. Em 2025, estima-se que esta aplicação já represente entre 34% e 45% das transações no comércio eletrónico nacional, estabilizando-se como um dos métodos mais utilizados.
Além disso, mais recentemente, foi lançada a funcionalidade de Talão Digital, que permite receber os comprovativos de compras diretamente na aplicação. Esta opção pode ainda partilhar automaticamente dados como NIF ou e-mail com os comerciantes para simplificar a faturação.
E, claro, a integração com dispositivos móveis tornou a experiência ainda mais prática. Hoje, é possível pagar com o MB Way através do contactless do iPhone ou até do seu relógio Samsung. Dispensando um cartão físico, esta versatilidade não se reflete apenas nas compras online, mas em situações diárias. Dividir uma conta entre amigos ou pagar um café tornou-se ainda mais simples.
Esta nova realidade traz consigo o conceito de “pagamento imediato”, que moldou por completo as expectativas dos consumidores. Valorizando soluções seguras e acessíveis em qualquer dispositivo, o MB Way é a prova perfeita disso, integrado em quase todos os aspetos do seu dia.
Novos hábitos, novas plataformas: o impacto nos serviços digitais
A popularização dos pagamentos digitais em Portugal trouxe impactos muito além do comércio tradicional. Hoje, é possível pagar uma vasta gama de serviços de forma rápida e intuitiva, demonstrando como o MB Way e o Multibanco se integraram no quotidiano.
Um dos exemplos mais relevantes é a ligação à Segurança Social, onde já se podem realizar pagamentos diretamente no MB Way. Também no setor do entretenimento, esta integração é visível. Ao reservar bilhetes de cinema ou jogar num casino online, os utilizadores conseguem efetuar depósitos via MB Way, garantindo a mesma agilidade que utilizam em qualquer outra compra.
Para ter ideia, a transformação estende-se à mobilidade. Com o crescimento dos carros elétricos, agora tem a possibilidade de carregar baterias e pagar através desta solução digital.
Até no universo desportivo o MB Way marca presença, com destaque para a parceria com o Sport Lisboa e Benfica. As águias lançaram uma coleção oficial de produtos com a tecnologia MB Way pulse, que permite efetuar pagamentos contactless. Mas como funciona? Camisolas, cachecóis e porta-chaves do Benfica incorporam um chip NFC, possibilitando que os adeptos realizem pagamentos aproximando o acessório de um terminal compatível.
O que esperamos para o futuro?
Acreditamos que a próxima etapa dos pagamentos digitais em Portugal passa pela integração europeia e pela consolidação de soluções móveis. Apenas 8% dos portugueses usam o numerário como principal método, sinal de uma transição quase completa para alternativas digitais.
No centro desta mudança está o MB Way, que através da EuroPA já permite transferências em seis mercados: Portugal, Espanha, Itália, Polónia, Noruega e Andorra.
Também a entrada da Revolut, com IBAN português e ligação direta ao MB Way, reforça esta tendência.O futuro dos pagamentos digitais dependerá da capacidade de unir inovação e confiança. Portugal tem agora a oportunidade de se afirmar como referência europeia no setor.
