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Joaquim Alexandre Rodrigues
Como se sabe, em Junho, a pouquíssimos meses das eleições, o PSD-Viseu, na câmara e na assembleia municipal, deu mais um passo para que o abastecimento de água ao concelho seja feito através de um cano, com mais de 100 quilómetros e um custo de 72 milhões de euros, desde a bacia do Douro até ao Bairro Norad, na zona do aeródromo.
Esta decisão é um erro democrático porque devia ter esperado pelos votos, é um erro ecológico porque este transvase não aumenta a quantidade de água represada nem na região nem no país e é um erro económico porque vai pesar nas contas mensais dos consumidores. Por alma de quem é que se vai buscar água ao Douro tendo nós duas bacias hidrográficas, a do Vouga e a do Mondego, com água com fartura?
Depois daquela deliberação a entregar o precioso líquido à Águas do Douro e Paiva, uma sociedade anónima por ora de capitais públicos mas no futuro não se sabe, foi muito visível o descontentamento entre os viseenses. O que fez soar as campainhas de alarme no PSD e obrigou o governo, poucas semanas depois, vir em socorro do dr. Ruas. No dia 15 de Julho, Maria da Graça Carvalho, a ministra do ambiente e energia, veio pressurosa prometer, algures para 2030 ou depois, uma nova barragem de Fagilde, a erguer cem metros a jusante da actual, com um custo de 35 milhões de euros, menos de metade do valor do tal cano quilómetro. Ora, esta manobra ministerial de relações públicas não foi capaz de varrer para debaixo do tapete dois grandes problemas.
Problema 1: o dr. Ruas não quer dores-de-cabeça, está determinado em transferir os sarilhos dos consumidores para as costas largas da longínqua Águas do Douro e Paiva, SA.
Problema 2: a Águas do Douro e Paiva, SA não precisa de uma nova barragem em Fagilde, aquela empresa quer é um cano para poder escoar água que tem a mais para os contadores viseenses.
Tudo fica a depender da cruzinha em 12 de Outubro:
— se os viseenses elegerem o dr. Ruas, levam com o cano e respectivo sobrecusto nas contas da água, para além de dizerem adeus ao controlo das suas águas;
— se os viseenses escolherem um presidente que recuse esta externalização, ficam com a barragem nova de Fagilde, que custa menos de metade do tal cano, e as suas águas, em alta e em baixa, continuarão a ser uma das componentes mais valiosas do património municipal.
Faltam sete semanas para se saber a resposta do povo soberano.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Francisca Damião