No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…
Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…
Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
1. Pelo que se tem visto, enquanto as direitas se incomodam com a burca e o niqab, as esquerdas acomodam-se. A mim, que sou de esquerda, isso incomoda-me.
Defendi aqui a proibição das ditas em Março de 2016, num texto que fez doer o meu espírito libertário. Foi a única vez que defendi a proibição do que quer que fosse. Não mudei de opinião. Por duas razões, ambas poderosas, bastava uma só delas para justificar a erradicação daqueles panos bárbaros:
— no espaço público, as caras devem estar à mostra por razões de segurança;
— a burca e o niqab são duas abominações, zombificam as mulheres, são dois signos da vontade única e exclusiva e absoluta do macho e a submissão e anulação completa da mulher.
Por essa “Europa” fora, perante a cobardia e a cumplicidade cada vez mais descarada das esquerdas radicais com os islamistas, está a haver uma transferência maciça do voto LGBT para as direitas radicais. Se essa deserção moral continuar, o mesmo vai acontecer, inevitavelmente, com o voto feminino.
2. “Sirât”, um filme de Oliver Laxe estreado este ano e premiado no Festival de Cannes, descreve o universo das raves ilegais nos desertos do norte de África, com a sua batida hipnótica, pum-pum-pum, que estoura as cabeças e os tímpanos, que faz mexer as tripas em trips, lisérgicas ou não.
Explica-se no filme que “Sirât” é uma palavra árabe que designa a ponte que une o inferno ao paraíso, embora toda a história se passe no sentido contrário: os protagonistas começam numa rave em Marrocos, onde dançam cheios de felicidade até serem interrompidos pela tropa e obrigados a meterem-se deserto fora, em viaturas tipo Mad Max, a terem de transar combustível com beduínos para poderem continuar. Todo aquele caminho, todo aquele “off the road”, não chega a nenhum paraíso mas sim ao inferno: a um campo minado algures na Mauritânia.
O filme fez 300 mil espectadores em Espanha. Nada mau. Por cá, passou esta semana, numa sala bem composta, no Cine Clube de Viseu.
3. Continuemos no mundo da música electrónica. Este Verão, houve uma rave proibida em Manhouce. Cancelada mesmo. Juro. Pela câmara municipal. Era para haver o “Anta Gathering” mas foi interdito.
Alegadamente organizado por israelitas, aquele “encontro de música psytrance”, programado para as montanhas mágicas de S. Pedro Sul, foi implodido por hordas e alcateias mobilizadas nas redes sociais. Conseguiram-no e celebraram-no. Nas redes sociais locais, houve um júbilo enorme por este acto de censura. Vi, com espanto, alegria até em várias pessoas cujo ofício é… organizar espectáculos. Ora, só fica contente com um cancelamento quem não sabe o que é um bumerangue. Oxalá nunca venha a saber.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Luis Cabral