Sabia que há, pelo menos, 5 boas razões para visitar São Pedro…
O segundo dia da CIM Viseu Dão Lafões na BTL 2025 começou…
O turismo não para e a BTL 2025 também não. Destinos, tendências,…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Rui Cardoso
por
Diogo Chiquelho
O projeto Corpo Museu, criado por Joana Gomes Martins e Júlio Cerdeira, chega ao fim este sábado. A última apresentação está agendada para o dia 15 de fevereiro e conta com a participação de Bianca Turner, artista virtual e performer, que traz o videomapping como elemento que centra a criação.
A escolha do título “Dupla Fenda” remete para a experiência da física quântica que demonstra como a observação pode influenciar a matéria. Segundo Joana Gomes Martins, essa ideia esteve sempre presente no projeto: “Abrir a possibilidade aos espectadores de criarem connosco. Aconteceu tanto no Cratera, que foi a primeira performance, como no Corpografia a uma Cidade. Havia sempre um espaço de criação ou de reimaginação coletiva com os performers e com o público”.
No Museu Nacional Grão Vasco, a dupla de criadores encontrou um outro ponto de interesse: as lacunas existentes nas obras expostas. “Dupla Fenda” parte dessa ideia de ausência e da passagem do tempo sobre as peças do museu. “Das primeiras impressões que tivemos das visitas que fizemos ao museu foi esta ideia de tentar abrir caminho pelo que não é visível, ou pelo que já não existe”, explica Joana Gomes Martins.
Entre as lacunas que a performance pretende explorar, estão obras inacabadas, obras que sofreram ação do tempo, como pinturas desbotadas ou esculturas que perderam partes, e obras que já chegaram riscadas ao museu por serem associadas ao mal.
Joana Gomes Martins sublinha que o espetáculo não pretende apenas olhar para essas falhas, mas também criar a partir delas: “Interessa-nos também fabular um bocadinho sobre aquilo que é a eventual continuidade da obra (…), encararmos o processo e trazê-lo para a performance enquanto foco”.
O projeto Corpo Museu partiu da ideia de que o corpo pode arquivar memórias e narrativas, tal como um museu, e chega ao fim com “Dupla Fenda”. Questionada sobre uma possível continuação noutras cidades, Joana Gomes Martins admite que a possibilidade existe, mas sem planos concretos.
“Dupla Fenda” tem lugar no Museu Nacional Grão Vasco e vai ser apresentado numa sessão para o público escolar a 14 de fevereiro, e para o público geral a 15 de fevereiro, às 16h00 e às 21h00, com entrada gratuita.