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A Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) aplaude a decisão do Governo que vai permitir que as prova finais do 9.º ano se realizem este ano em papel. Já as provas de aferição continuam a ser realizadas em formato digital, Exames do 9.º ano serão realizados este ano em papel (11 de abril).
“Temos que aplaudir o facto de o ministro nos ter ouvido e escutado e ter dado atenção aos nossos argumentos e ter decidido em função do que unanimemente lhe dissemos”, afirmou o presidente da ANDE, Manuel Pereira, que no início da semana reuniu com o ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI), a par de outras associações, como o Conselho das Escolas e a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). Hoje, o Governo anunciou em comunicado a decisão de não realizar os exames do 9º ano de forma digital.
Na reunião, Manuel Pereira explica que foi transmitido ao ministro não estão reunidas as condições para que estes exames avancem num formato que não seja o papel.
“A nossa opinião, e que comunicamos, é que não é só a falta de computadores ou problemas com internet, nem a falta de técnicos ou de professores de informática. O problema é que grande parte dos alunos, por vicissitudes várias, não estão preparados para num período de hora e meia ou duas horas a fazerem um exame recorrendo ao digital para avaliar as competências que adquiriram ao longo de um ciclo”, disse.
Para o responsável, “a situação de exame já é stressante para as crianças, são miúdos com 14/15 anos, e o medo que o computador não funcione ou avarie, o receio de não ser suficientemente hábil no uso do computador ou a dificuldade de procurar os acentos, por exemplo, vai contribuir para maiores níveis de stress”.
Já relativamente às provas de aferição, e por não influenciarem a classificação, as associações mostraram-se de acordo em não alterar o formato. “Se o Governo tem compromissos europeus, não temos nada contra em avançar ou continuar com as provas de aferição de forma digital”, esclareceu.
Manuel Pereira lembrou ainda que para que se avance com o formato digital é preciso ter algumas garantias e que a escola pública “tem a obrigação de garantir a igualdade e equidade entre alunos e se a escola não o garantir não presta um bom serviço”.
“É preciso perceber que a realidade na Serra de Montemuro, por exemplo, não é a mesma de Oeiras. Quando avançarmos para um sistema de avaliação digital temos que garantir a igualdade e equidade de todos os alunos, porque caso contrário estaremos a contribuir para uma maior diferenciação dos alunos e já há diferença que chegue”, alertou.