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O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, admitiu hoje aumentar a tarifa de gestão de resíduos caso a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) cumpra a ameaça de cobrar “multas pesadas” aos municípios.
No final da reunião de câmara, Fernando Ruas aludiu à “chamada de atenção” da ERSAR para o facto de os municípios portugueses não estarem a refletir no consumidor final as tarifas da gestão de resíduos.
“(A ERSAR) ameaça as câmaras que não fizerem repercutir isto nas famílias com multas pesadas”, afirmou aos jornalistas.
Segundo o autarca social-democrata, a Câmara de Viseu gasta 6,5 milhões de euros com a recolha de lixo e recebe das famílias apenas 2,5 milhões de euros, o que representa um défice de quatro milhões de euros.
Fernando Ruas disse que o município de Viseu vai “aguardar para ver”, até porque o aumento da taxa (que atualmente é de três euros) não está previsto no orçamento deste ano.
No entanto, avisou que o município não pode “levar pancada” dos dois lados: “não podemos ter as taxas tão baixas e este tipo de desfalque no orçamento (de quatro milhões) e ainda pagar multas à ERSAR por não cumprirmos aquilo que nos mandam”.
O autarca explicou que, de acordo com a ERSAR, as tarifas devem aumentar 25% e têm de ser refletidas nas faturas da água das famílias.
“Não sei se será este ano, mas ela terá de ser atualizada. Se por acaso a ERSAR nos dissesse que nos ia aplicar multas, tínhamos de fazer um orçamento retificativo, nem que fosse só para isto”, acrescentou.
Fernando Ruas lembrou que “o que tem aumentado é a taxa de gestão que as câmaras mandam diretamente para o Estado central” e que tal tem acontecido “todos os anos”.
Esta não é a primeira vez que Viseu: Tratar água é mais caro, mas consumidores não vão pagar mais de gestão de resíduos e já tinha garantido que, para já, não haveria aumentos.