joao azevedo
Autárquicas Novo presidente da Câmara de Viseu rejeita acordos para gerir concelho e aposta em diálogo
Delegado à mesa de voto consulta a lista de eleitores para a Câmara Municipal do Porto, 12 de outubro de 2025. Decorrem este domingo as eleições autárquicas em Portugal onde mais de 9,3 milhões de eleitores podem votar. Os eleitores vão escolher os órgãos dirigentes das 308 Câmaras Municipais, 308 Assembleias Municipais e 3.221 Assembleias de Freguesia, pelo que há três boletins de voto. MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA
Casas Bairro Municipal Viseu 3
casa-habitacao-chave-na-mao - 1024x1024
herdade santiago

No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…

21.08.25

Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…

14.08.25

Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….

07.08.25
jose-damiao-tarouca-232
ps campanha
camapnha10
roteiro-caramulo-850x514
RESISTÊNCIA
mercado 2 de maio 1
Home » Notícias » Colunistas » “Qual o preço de uma raspadinha?”

“Qual o preço de uma raspadinha?”

 “Qual o preço de uma raspadinha?”
17.04.24
partilhar

por
António Dias Carneiro

Em Portugal, estima-se que mais de 60 mil pessoas joguem à “raspadinha” diariamente. São inúmeras as opções que o cidadão tem caso deseje gastar o seu dinheiro numa lotaria instantânea. A promessa de um ganho imediato, publicitada nos meios de comunicação social, com baixo custo de investimento e fácil acesso, ilude uma percentagem significativa de cidadãos.
De acordo com um estudo realizado por um grupo de psiquiatras da Universidade do Minho em parceria com o Conselho Económico Social, o jogo constitui um problema crescente de saúde pública. Afigura-se o perfil de jogador comum de “raspadinha” como uma pessoa com baixos rendimentos, escolaridade baixa e na terceira idade. Existe também uma associação entre o consumo de substâncias, como o tabaco, álcool e café, com a frequência de jogo. A depressão e ansiedade também parecem estar relacionadas com o jogo da “raspadinha”.
Habitualmente, o comportamento individual e a sua relação com o jogo, quando patológicas, demonstram-se através de uma preocupação excessiva com o jogo ou com a necessidade de obter meios económicos para jogar. De forma progressiva, o jogo passa a envolver quantidades cada vez maiores de dinheiro, ou a pessoa passa a despender cada vez mais tempo com esta atividade, mostrando maior inquietude e irritabilidade se não o puder fazer. Quando perde, regressa nos dias seguintes com a justificação de recuperar o investimento, sacrificando montantes cada vez maiores, e por vezes a sua atividade profissional e vida pessoal. Em situações mais graves, esta pessoa afunda-se em dívidas e em problemas legais, sociais e familiares, podendo apesar de todas estas ocorrências, continuar a jogar. Daqui, é fácil depreender, que tudo se assemelha a um vício como outro qualquer, só que não existe uma “substância” propriamente dita, que seja consumida.
O jogo constitui uma importante fonte de receita económica para o Estado. É regulamentado por leis específicas e explorado por uma entidade que visa o bem-estar social, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tendo esta a exclusividade de o fazer em nome e por conta do Estado, em todo o país. Espera-se que esta entidade, através do seu Departamento de Jogos, promova uma utilização e um consumo responsáveis destes produtos, algo que acontece ainda de forma insuficiente. A tendência será, não se intensificando a intervenção neste âmbito, que este tipo de comportamentos se estenda a faixas etárias cada vez mais jovens, mais frágeis e menos preparadas psicologicamente, pois ainda não atingiram a maturidade cerebral que lhes permita ter o autocontrolo necessário para lidar devidamente com estes estímulos.
Portanto, é de extrema importância compreender esta problemática do jogo em Portugal e promover atividades em contexto lúdico-educativo e comunitário que possibilitem o aumento da literacia nos grupos considerados de risco, assim como uma regulamentação de práticas de jogo restritas e uma política de redução de riscos adequada.
Para aqueles/as que sofrem desta problemática, familiares e amigos/as, é fundamental que saibam que a Equipa de Saúde Familiar é de confiança, e a quem podem recorrer quando necessitarem de ajuda para lidar com um problema de adição, podendo encaminhar para consultas especializadas e pluriprofissionais.
O Centro de Respostas Integradas (CRI) Viseu, possui uma equipa dedicada a esta problemática podendo a consulta neste centro ser solicitada por médico/a de família e até pela própria pessoa, presencial ou telefonicamente.
Parar com os comportamentos aditivos começa e finaliza na sua vontade!
Mas pode contar com a ajuda de profissionais de saúde com qualificação para o efeito.

António Dias Carneiro – Médico IFE em Medicina Geral e Familiar na USF Viriato, em colaboração com a UCC Viseense

 “Qual o preço de uma raspadinha?”

Jornal do Centro

pub
 “Qual o preço de uma raspadinha?”

Colunistas

Procurar