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A Tavfer-Measindot-Mortágua confia em Joaquim Silva para atacar o pódio da “verdadeira” Volta a Portugal em bicicleta, com Hélder Miranda a não esconder o seu entusiasmo pela 82.ª edição fazer a prova regressar ao formato habitual.
“Isto é a verdadeira Volta. No ano passado, foi uma Volta mais pequena, em outros moldes, que, no fundo, quase que não soube a Volta a Portugal. Não teve as características da Volta – e aí já não é só a questão de ser de novo em 12 dias. É a Volta feita em agosto, na primeira quinzena, com o público de agosto, todo um conjunto de fatores que influenciam a Volta feita nesta altura do ano e a tornam especial. Feita como foi no ano passado, no final de setembro, não teve o mesmo sabor”, descreveu o diretor desportivo.
O entusiasmo com que Hélder Miranda fala da edição que arranca na quarta-feira (4 agosto), em Lisboa, e termina em 15 de agosto, em Viseu, após 1568,6 quilómetros distribuídos por um prólogo e 10 etapas – no ano passado, a Volta foi ‘encurtada’ e deslocada para finais de setembro devido à covid-19 –, prende-se também com o regresso dos adeptos, nomeadamente os emigrantes que em 2020 não viram passar a caravana.
Os espetadores, na estrada ou na televisão, terão a oportunidade de ver uma Tavfer Measindot Mortágua a lutar pela geral, com o seu diretor desportivo a assumir que “um lugar no pódio seria excelente”.
“Depois, nos cinco primeiros. Nos 10 primeiros, é a segunda opção. O ideal seria pódio, se não for possível, pelo menos que se consiga meter um atleta nos cinco primeiros”, completou.
E esse atleta é Joaquim Silva, que “no ano passado teve um problema de saúde durante as corridas ao longo do ano” e “não esteve bem, inclusive na Volta a Portugal”.
“Esse problema foi ultrapassado e este ano tem mostrado isso na estrada: todas as corridas por etapas que fizemos este ano, o Joaquim ficou nos 10 primeiros. Isso dá-nos boas perspetivas e acreditamos que na Volta a Portugal, se tudo correr dentro do normal, estará ao seu melhor nível e na discussão da corrida”, acentuou.
Outra das apostas da Tavfer Measindot Mortágua é Iuri Leitão, o campeão europeu de scratch (ciclismo de pista), e sensação nos ‘sprints’ esta temporada em Portugal.
“Nós vamos com o Iuri Leitão – embora haja poucas chegadas para sprinters – tentar ganhar uma etapa. Ele mostrou-nos este ano também que é o ‘sprinter’ mais forte em Portugal, então temos a ambição de que, nas duas ou três etapas em que pode haver chegadas ao ‘sprint’, o Iuri possa ganhar uma delas”, confirmou.
Mas, o percurso não facilita a tarefa do jovem de 23 anos, com Hélder Miranda a considerar que esta edição é desequilibrada.
“Respeito a decisão de quem escolhe e sei que também estão limitados muitas vezes por negociações com as câmaras. Agora, penso que numa Volta que são 11 dias, sete [seis] chegadas ao alto, torna a corrida muito desequilibrada. Em dois, três dias de corrida, ficamos com a corrida limitada a cinco ou 10 atletas, todos os outros não vão ter hipótese”, destacou.
Os principais afetados serão os homens mais rápidos, porque “mesmo as etapas que podem ser para ‘sprinters’, basta olhar e ver que não são completamente planas”.
“São etapas com bastante dureza e todas elas com uma montanha a 10 a 15 quilómetros da chegada. Penso que a corrida podia ter uma ou duas etapas mais acessíveis, para que os ‘sprinters’ pudessem ter uma oportunidade de demonstrar o seu valor”, defendeu.
O diretor desportivo acredita também que “a corrida a nível de dia a dia irá ser mais disputada tendo em conta as equipas que vêm”.
“Vai ser uma corrida mais competitiva. A nível de classificação geral final, andará muito entre a W52-FC Porto e a Efapel. No dia-a-dia, penso que para as etapas haverá mais luta do que aquilo que é normal, porque vêm equipas com mais qualidade, principalmente para discutir etapas”, anteviu.
Tavfer-Measindot-Mortágua
Equipa: Tiago Antunes (Por), Gaspar Gonçalves (Por), Iuri Leitão (Por), Pedro Paulinho (Por), Pedro Pinto (Por), Ángel Sánchez (Esp) e Joaquim Silva (Por).
Diretor desportivo: Hélder Miranda.