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O Termas Óquei Clube garantiu este domingo a subida para a Segunda Divisão de hóquei em patins, depois de ter vencido o FC Porto ‘B’ por três bolas a sete. Três anos depois da descida de escalão, o clube das Termas de São Pedro do Sul volta agora para o patamar intermédio do hóquei em patins português, num desafio que implicou a participação numa liguilha de apuramento à subida.
A partida que carimbou a subida de divisão teve início às 15h30 no Pavilhão Municipal de Fânzeres, e contou com a arbitragem de Manuel Oliveira e Nuno Oliveira. O primeiro golo foi marcado pelo atleta do TOC Tiago Gaspar, num livre direto que foi consequência de um cartão azul mostrado à equipa contrária. Já a resposta, do lado do FC Porto ‘B’, surgiu pelo stick de Afonso Figueiredo. Antes do final da primeira parte, houve ainda ocasião para mais três golos do TOC, um de Luís Silva, outro de Afonso Pereira e o terceiro novamente por Tiago Gaspar.
Foi precisamente o número 19 do Termas Óquei Clube o responsável pelo primeiro golo da segunda parte, seguindo depois um golo de Gabriel Monteiro. O FC Porto ‘B’ respondeu ainda com um golo de livre direto apontado por Tiago Silva e um golo de Daniel Sousa. Do lado do TOC, Afonso Pereira conseguiu ainda colocar a bola na baliza portista antes que terminasse a partida.
O TOC ocupa o primeiro lugar da liguilha de promoção ao segundo escalão, uma liguilha onde sobem duas de quatro equipas – FC Porto ‘B’, GD Sesimbra e UD Vilafranquense, além do Termas Óquei Clube. Na próxima e última jornada, disputada no domingo na Termas de São Pedro do Sul, o TOC recebe o UD Vilafranquense. Já o GD Sesimbra desloca-se até ao Porto.
Poucas mudanças no plantel, mais público a apoiar e jogos de maior intensidade: o prenúncio de uma época de retorno à Segunda Divisão
No final da partida do próximo domingo, e com as contas já resolvidas e a subida garantida, realiza-se uma festa para assinalar o regresso do Termas Óquei Clube à Segunda Divisão de hóquei.
Tiago Ferreira, presidente do Termas Óquei Clube, explicou ao Jornal do Centro que a festa estava já a ser preparada para o último jogo mesmo antes do confronto frente ao FC Porto ‘B’. “Nós tínhamos alguma confiança que iríamos subir antes do último jogo, e queríamos dar essa tranquilidade à equipa, aos sócios e adeptos, que faríamos uma pequena festa, uma pequena comemoração, obviamente respeitando em primeiro lugar o adversário”, assumiu o presidente, falando ainda num sentimento de dever cumprido.
“Desde que descemos de divisão, sempre ambicionámos voltar à Segunda Divisão, achamos que o lugar do clube é aí”, afirmou Tiago Ferreira. A subida é resultado de um projeto que, segundo explicou o presidente, foi pensado a dois anos, colocando uma aura ainda mais especial no resultado de domingo, que carimbou o voo para escalões mais altos. A Segunda Divisão, contudo, já não é novidade tanto para o presidente como para o clube, e há várias aprendizagens e lições retiradas da descida de escalão, há três épocas. “Achamos que a estabilidade, a nível dos jogadores, é muito importante. A nível técnico sempre nos pautámos por isso, por manter essa estabilidade, mas a nível dos jogadores, efetivamente houve uma mudança que depois levou à descida da divisão”, detalhou Tiago Ferreira.
“Nós subimos, mantivemo-nos um ano, depois na época seguinte descemos, e temos quase a certeza que na altura em que descemos, realmente perdemos alguns jogadores nucleares. Isso faz toda a diferença, porque quando os jogadores chegam, têm a fase da adaptação, e existe ali um trabalho que demora algum tempo até trazer alguns frutos”, explicou. Para o presidente, o objetivo de manutenção na próxima época passa, de entre outros fatores, por manter uma “base sólida da equipa”.
Além do treinador, Paulo Almeida, que permanecerá no Termas Óquei Clube na próxima época, também a maioria do plantel será o mesmo, assumiu o presidente. Num universo de 11 jogadores, a direção prevê “apenas” a saída de dois a três atletas. A subida, depois de um primeiro lugar na fase de promoção, acaba por colocar confiança redobrada tanto no presidente como nos atletas e treinador, de acordo com Tiago Ferreira, uma vez que “a Terceira Divisão de hoje em dia já não é a Terceira Divisão de há alguns anos, é mais competitiva”.
“Naturalmente que a Segunda Divisão é muito forte, até porque antecede o melhor campeonato do mundo, que é o da Primeira Divisão portuguesa”, assumiu. “Mas acreditamos que, efetivamente, com dois, três reforços e mantendo a base da equipa, com um treinador do qual estamos extremamente satisfeitos e com a equipa técnica toda, acreditamos que temos todas as condições para fazer um campeonato competitivo e garantir a manutenção”, concluiu.
Do lado do treinador, que conseguiu levar a equipa do TOC a cumprir num ano aquilo a que se propôs para duas épocas, o sentimento atual é de euforia, como contou ao Jornal do Centro. “Acima de tudo pelos atletas, porque eu não tenho praticamente nada a apontar, eles trabalharam, foram incansáveis, por vezes era difícil fazê-los acreditar que ainda era possível lá chegarmos e vi a alegria deles agora, quando ganhámos ao Porto, e deixa-me muito satisfeito, com sentimento de dever cumprido desta época”, contou Paulo Almeida.
Em relação ao desempenho da equipa ao longo da época, o técnico explicou que no início houve uma fase de adaptação. “No sentido de eu ter chegado ali com ideias novas, implementei alguns processos que a equipa e os jogadores não estavam habituados, e naquela fase inicial da época, houve aquela adaptação de dois, três meses a essas mudanças todas. Mas as coisas começaram a correr melhor e a equipa começou a ganhar e a jogar outro hóquei”, detalhou.
Semelhante ao que afirmou o presidente do TOC, Paulo Almeida considera que o nível de hóquei em patins praticado atualmente na Terceira Divisão é superior em relação a anos anteriores. “Ao dia de hoje, o hóquei da Terceira Divisão já ia muito bem jogado, ao contrário de uns anos atrás que era só martelada, porrada, enfim, era quem deixava de jogar hóquei e que ia jogar para a Terceira Divisão”, assumiu.
“Atualmente, a Segunda Divisão está uns níveis acima da Terceira Divisão. Algumas equipas estão a reforçar-se com jogadores de Primeira Divisão porque o que está a acontecer é que os jogadores estrangeiros vêm tirar o lugar aos jogadores portugueses do Primeiro Escalão e os jogadores de Primeira Divisão passam para a Segunda”, explicou Paulo Almeida.
A próxima época deverá ser disputada, portanto, com maior intensidade, num ano que possibilitará aos atletas do TOC crescer ainda mais, considera o técnico. “Eu vou entrar nos jogos todos, um a um, para tentar ganhar e fazer o melhor possível”, assumiu.
No final, Paulo Almeida deixou ainda uma palavra de apreço para com o público do Termas Óquei Clube, e salientou a importância de criar novo público, cativar mais pessoas a ver os jogos, mas também mais patrocinadores, permitindo assim colmatar algumas despesas extras que um dos pouco clubes de hóquei em patins do interior do país apresenta. “Acaba por ser muito difícil, porque nesta modalidade temos de vir todos de 70 ou 80 quilómetros para ali para o clube. É evidente que gostamos muito do clube, porque é um esforço tremendo, tantos quilómetros ao fim de um ano para treinarmos”, contou.
“Ainda ontem, nem de propósito, estava a falar com o treinador do Oliveira do Hospital e estávamos a lamentarmos os dois a mesma coisa, que é a localização geográfica dos clubes”, contou, numa referência ao outro clube que, além do TOC, pratica hóquei em patins no interior do país. “É muito difícil ter de ir buscar atletas longe, e depois os clubes têm de os compensar de alguma forma, mas mesmo assim às vezes é difícil arranjar dinheiro que pague tantos quilómetros e tanto treino durante dez meses.”
Foram dez meses que fizeram com que, atualmente, o técnico do Termas Óquei Clube se sinta em casa no município de São Pedro do Sul. “Pelos outros clubes onde passei, nunca vi coisa igual, nunca fui tão acarinhado como por estas gentes”, confidenciou.
“Para o ano, temos que perceber que mesmo sendo o objetivo ganhar todos os jogos, possivelmente vamos perder mais vezes do que este ano, porque as dificuldades são muito maiores e o investimento do clube também não será numa equipa como estão outras equipas a reforçar-se”, afirmou o treinador, que concluiu com uma promessa aos fãs do hóquei na região de Viseu e de São Pedro do Sul.
“Vamos lutar, jogo a jogo, e vamos com a nossa crença e com a nossa humildade tentar fazer o melhor possível, é aquilo que eu prometo!”