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Jorge Marques
É evidente que deveríamos estar a discutir as eleições autárquicas em profundidade, este é o seu tempo! É estranho, porque mesmo antes das legislativas, já só se falava nas presidenciais. Estranho porque é das autarquias que depende a maior parte da nossa qualidade de vida, os erros ou virtudes do urbanismo, o trânsito, a água, iluminação, impostos autárquicos, cultura e porque as cidades se degradam. Porquê tanta pressa nas presidenciais? Porquê mais importantes que as outras eleições? Qual é afinal o papel do Presidente da República?
Tenho ouvido de tudo sobre estas minhas interrogações. Esse tudo começou na ansiedade de um dos candidatos que confundiu o voto popular com ser o primeiro a partir para essa corrida. A partir daí o calendário foi para o lixo e a confusão instalou-se. Os requisitos para esta candidatura são pouco exigentes, mas ainda assim, começaram logo a nascer as discriminações, que são apresentadas como impedimentos.
Primeiro porque os militares cheiram a autoritarismo e não tem experiência política; segundo porque aqueles que vem com experiência política vem dos partidos e não oferecem suficiente independência para o exercício daquele cargo. Cada um usa os argumentos que mais lhe convém e que depois de repetidos nos media, acabam em verdades absolutas, requisitos obrigatórios, mas que afinal são apenas manipulações. Vamos tentar desmistificar estes argumentos!
Aquela do militar cai logo pela base, uma vez que na memória dos 50 anos da nossa democracia é um militar, o General Eanes, aquele que melhor soube desempenhar este cargo. E o argumento que vem na defesa da experiência política? Este contempla á nascença dois equívocos. Confundimos experiência com antiguidade! Experiência é quando se acrescenta alguma coisa, quando se inova, quando se faz melhor ou diferente. Antiguidade é quando se repete tudo do anterior. Um é fazer melhor, o outro fazer o mesmo! O candidato que exibe essa experiência política tem dado mostras de repetir tudo o que fez o Presidente anterior. Não é isso que o país precisa!
Nesta matéria há algumas deficiências de visão e temos caído numa ideia de que ser Presidente é assim uma espécie de reforma dos antigos dirigentes partidários. A outra deficiência é ainda mais triste, porque não aparecem personalidades da Sociedade Civil com alta qualidade, quando elas existem? Por isso vemo-nos confrontados com uma espécie de repetição partidária das legislativas e não sabemos aproveitar a oportunidade das eleições presidenciais serem aquelas onde o Cidadão se pode candidatar individualmente. O cargo de Presidente precisa da confiança dos cidadãos e todos sabemos que a sua filiação partidária, com ou sem razão tem um peso de suspeição. Cavaco teve necessidade de dizer que não era um político profissional e coabitou com Sócrates. A dissolução do Parlamento com Santana Lopes, talvez não acontecesse com um Presidente vindo do PSD? A dissolução do Parlamento com Costa, talvez não acontecesse com um Presidente vindo do PS? Poderia haver dissolução do Parlamento com Montenegro se o Presidente viesse do PS? É difícil fugir á razão emocional, desde logo quando se diz que apenas apoiamos um candidato vindo do nosso partido!
O Presidente exerce uma Liderança pela via da Influência. Influenciar quer dizer transformar e transformar quer dizer construir. Construir um contexto com agentes diferentes… é isso a Competência Política! Presidente não é um estatuto privilegiado, mas de um construtor de consensos, onde todos tem que confiar nele. Não é o cargo que faz a pessoa, mas a pessoa que faz o cargo!
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Jorge Marques
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Eduardo Mendes, coordenador de Ortopedia no Hospital CUF Viseu
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Laura Isabel B. Nunes