Centenas de pessoas da política à sociedade civil no último adeus a José Junqueiro, o “servidor da causa pública”

Um servidor da causa pública, um visionário no pensamento, um mentor e um apaixonado pelas causas em que acreditava. Estas foram algumas das palavras ditas e lidas com emoção por quem esteve presente no funeral de José Junqueiro que foi esta sexta-feira a sepultar no cemitério de Santiago, em Viseu.

A homenagem e o último adeus a um dos históricos do PS aconteceu na Igreja Coração de Jesus e presentes estiveram, além de familiares, muitos dos amigos de vários quadrantes políticos e sociedade civil. 

José Junqueiro, que esteve na direção dos Bombeiros Voluntários de Viseu, partiu acompanhado pelas bandeiras da associação e do Partido onde era já considerado um “senador”.

As palavras de comoção e pesar foram deixadas ainda no interior da igreja, durante a homilia. Um momento particularmente sentido e emotivo quando o filho Raul Junqueiro falou do “homem pai” e do “homem mentor”. “Foi o nosso norte, sul, este e oeste. Alguém genuíno, apaixonado pelas causas em que acreditava, pela sua região e pelo país”, disse. “Mostrou-nos sempre a verticalidade e foi, sem dúvida, um visionário no pensamento”, acrescentou ainda Raul Junqueiro.

Antes, também na nota de pesar dos Bombeiros Voluntários lida por um dos párocos tinham sido deixados elogios à “integridade de um homem de causas”.

Palavras que foram no mesmo sentido das de muitas pessoas que compareceram para lhe prestar homenagem. 

“Foi a perda de um amigo, de um cidadão exemplar e de um político que marcou o país na forma como serviu a vida política. Era um servidor desta região, permanentemente preocupado com as prioridades de desenvolvimento, com as infaretsruturas, com as associações, as instituiçoes que prestegiavam este distrito. Tem uma marca muito profunda na vida do partido socialista, num dos períodos mais áureos do PS. Marcou de uma forma decisiva a vida do Partido e marcou também a vida do país”, fez questão de dizer José Luís Carneiro, atual secretário-geral do PS.

Também o anterior líder socialista, Pedro Nuno santos, esteve presente para falar de um pessoa que “não era só uma referência política, era um amigo”. “Fomos os dois vice presidentes do grupo parlamentar com Alberto Martins e aproximámo-nos muito. O seu legado não é só a pertença ao Partido, Junqueiro foi um grande político para o país para a região”, lembrou.

No último adeus estiveram presentes centenas de pessoas, desde atuais a ex-autarcas de vários partidos. A eles juntaram-se o presidente da Câmara de Viseu com quem José Junqueiro, apesar da partilha no amor pelo Sporting, esteve no executivo camarário do lado da oposição. Outros nomes se juntaram como Alberto Martins ou Stretch Monteiro (com quem, religiosamente Junqueiro almoçava), Narciso Miranda, Fernando Nunes, além dos companheiros de partido a nível local e distrital. 

O antigo dirigente e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS José Junqueiro morreu aos 72 anos. Antigo secretário de Estado, professor aposentado da Universidade de Aveiro, adepto do Sporting e antigo vereador na Câmara de Viseu, foi consecutivamente eleito deputado do PS entre 1995 e 2015, sempre pelo círculo de Viseu.

Entre outras funções políticas, José Junqueiro foi secretário de Estado da Administração Local (2009-2011) no segundo Governo liderado por José Sócrates e secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária (2000-2002) no segundo executivo de António Guterres.

Por várias vezes foi membro do Secretariado Nacional do PS, coordenador socialista na Comissão de Equipamento Social e liderou a Federação de Viseu.

A morte de José Junqueiro apanhou familiares e amigos de surpresa e foram muitas as homenagens que desde a manhã de quarta-feira têm sido deixadas ao homem que é considerado como uma “referência local e nacional” e um “homem com um percurso marcado pela dedicação à causa pública e aos valores da democracia”.

Nós últimos anos, José Junqueiro foi também um companheiro do Jornal do Centro, partilhando o seu pensamento, as suas alegrias, as suas apreensões e as suas posições visionários com os nossos leitores e ouvintes. Uma obra que deixa e que é o retrato da região, do país e do mundo na última década. 

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