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Das três frentes ativas do incêndio de Sátão e Trancoso, duas estão mais estabilizadas e uma continua intensa, a que está virada a norte, disse à agência Lusa o comandante das operações. “Com a entrada dos meios aéreos, o reforço de máquinas pesadas e a recolocação de efetivos de zonas mais estabilizadas para a frente mais intensa, é possível que se consiga um avanço positivo”, perspetivou.
A noite foi “mais calma, do ponto de vista do combate, com a entrada de alguma humidade que criou alguma janela de oportunidade” para conseguir fazer “um trabalho mais efetivo”, acrescentou o comandante.
“Hoje, o dia é mais animador, sem nos esquecermos que vamos ter um dia muito quente, com humidades relativas muito baixas, com algum vento e com os dias seguidos de combate extenuante. É preciso continuar com o mesmo instinto e a mesma eficácia”, reagiu.
Sobre os danos causados pelas chamas, “há vários” em todos os municípios em que este incêndio chegou e, até ao momento “há a registar 30 feridos, todos ligeiros, sem necessidades de maior”.
As chamas em Moimenta da Beira deram “algumas tréguas”, apesar de continuar a ameaça na fronteira com Sernancelhe, disse, por seu lado, o presidente da câmara, segundo o qual as comunicações foram repostas esta manhã.
“Temos tido alguns reacendimentos, mas estamos a sofrer ameaças do incêndio de Sernancelhe, que foi de onde nos chegou, da zona da Lapa e foi para todo o nosso território. Depois de dois dias muito complicados, hoje há algumas tréguas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira.
Paulo Figueiredo disse que, atualmente, “há uma frente na zona de Escurquela, Sernancelhe, e que pode passar para Moimenta da Beira, na zona de Cabaços e Vilar”.
Depois de dois dias “muito complicados, sem descanso”, Paulo Figueiredo afirmou que “houve muitos cortes de energia que foram sendo repostos pelos profissionais no terreno, já as comunicações, só há uns 20 ou 30 minutos é que foram retomadas”.
Nas últimas 48 horas, disse, “estiveram ameaçadas pelas chamas e muito juntinho às casas, que só não arderam pela boa intervenção dos bombeiros, várias aldeias”.
Entre elas, destacou, Granja do Paiva, Semitela, Carapito, Caria, Mileu e Vila Cova.
Do rasto deixado pelo incêndio, Paulo Figueiredo disse que, “felizmente, casas e edificado não arderam, o grande prejuízo está na mancha verde e no setor agrícola”.
“Ainda não consigo saber o quanto, não tenho esse levantamento feito. As chamas ainda estão no terreno, mas é mesmo muito. No incêndio anterior, que foi muito menor, arderam 2075 hectares”, adiantou. Paulo Figueiredo referia-se a um incêndio que deflagrou pelas 14h31, no dia 08 de agosto, em Alvite, e que entrou em conclusão pelas 18h00 do dia 12 de agosto.
“Mas este foi muito mais violento, não tem nada a ver”, indicou.
Já o incêndio no concelho de São João da Pesqueira tem um único foco ativo, na aldeia de Vale de Penela, em Riodades.
“Neste momento, temos tudo controlado e apagado, à exceção de um único foco de incêndio em Vale de Penela, [freguesia de] Riodades, que é um sítio um bocado inacessível, mas já lá estão duas máquinas ‘bulldozer’ e estão lá os bombeiros. Estão a fazer um perímetro para não avançar”, disse, cerca das 13h00, Manuel Cordeiro, o presidente da Câmara.
O autarca de São João da Pesqueira, no norte do distrito de Viseu, assumiu que, hoje, “a situação está muito melhor” e disse querer acreditar “que já não haverá muitos problemas, porque mesmo que haja reacendimentos já não há combustível para arder, já queimou tudo”.
“Não podemos dizer que terminou, mas a perspetiva é positiva, com exceção para Riodades”, reforçou.
Manuel Cordeiro afirmou que “ainda não é possível contabilizar” os danos dos últimos dois dias provocados pelos incêndios, mas adiantou que, “até ao momento, não há registo de casas ou edificado ardido”.
“Temos muito mato e mancha verde e depois culturas como olivais, soutos, vinhas, ou seja, muitos danos no setor agrícola. Sei que ardeu um trator numa zona agrícola, mas ainda não tenho muitas informações”, reconheceu.
Depois de na sexta-feira a sua maior preocupação estar concentrada em Paredes, Manuel Cordeiro, que “esteve sem energia quase 15 horas, mas, entretanto, foi reposta, o que está mais difícil são as comunicações”.
Ainda em Paredes, “uma localidade onde as chamas estiveram muito próximas das casas, só não houve nenhuma ardida, porque a população usaram todos os meios que tinham e evitaram, também com a ajuda de bombeiros”.
“Tudo o que rodeia as casas ardeu, mas, felizmente, não houve danos nas casas”, realçou.
O autarca adiantou também que, “pontualmente, houve cortes de energia em várias localidades, mas foram repostos em pouco tempo” e “há algumas condutas danificadas, acabando por diminuir a pressão de água em algumas zonas, mas nada muito grave”.
“Temos falta de água da rede na freguesia de Pereiros, mas a Águas do Norte estão a resolver, já que se trata de um problema na rede no abastecimento em alta”, afirmou,
Este incêndio que teve origem em dois – Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) – no início do dia de sexta-feira tornou-se um só e alastrou-se a 11 municípios destes dois distritos. Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Meda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Coa (distrito da Guarda).
O incêndio florestal que atinge o município de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, está “completamente dominado” e estão a decorrer trabalhos de rescaldo, disse hoje uma fonte da autarquia.
Em informação prestada à agência Lusa às 11:05, fonte oficial do município de Oliveira do Hospital indicou que o incêndio se encontrava “completamente dominado” no território concelhio.
“As frentes ativas que mereciam mais preocupação e que estiveram [a preocupar] durante a noite, na zona de São Sebastião da Feira, freguesia de Penalva de Alva, e Vilela, na freguesia de Nogueira do Cravo, já foram extintas”, disse.
Segundo a mesma fonte da autarquia, a preocupação é agora com “os reacendimentos e fazer os trabalhos de rescaldo” – os meios no terreno vão “estar com muita atenção, porque é uma área muito vasta e de acessos difíceis”.
A fonte admitiu ainda que haverá “muito trabalho pela frente na vigilância e no rescaldo” deste incêndio, que começou na quarta-feira no concelho de Arganil, no mesmo distrito, e passou para o de Oliveira do Hospital.
Durante a noite as chamas destruíram áreas de mato e floresta e o fogo “esteve em vias de chegar à cidade, mas foi dominado”, disse ainda o município, acrescentando que a humidade noturna e a diminuição do vento ajudaram no combate.
O incêndio florestal deflagrou na quarta-feira freguesia do Piódão, pelas 05:00 de quarta-feira, alegadamente provocado por uma descarga elétrica da trovoada seca que se fez sentir naquela zona. Estendeu-se depois aos municípios de Oliveira do Hospital e de Seia, este já no distrito da Guarda, entre outros concelhos.
Na sexta-feira, o incêndio levou à evacuação de alguns empreendimentos turísticos no município, bem como ao cancelamento de reservas, nomeadamente na Ponte das Três Entradas (onde os rios Alvoco e Alva confluem), com uma unidade hoteleira de quatro estrelas ali existente “que estava cheia”, assim como outra unidade em Vila Pouca da Beira, por onde as chamas passaram, sem causar danos.
A reportagem da Lusa no local constatou na altura a destruição provocada pelo incêndio em terrenos rurais e florestais, ao longo de cinco quilómetros de estrada nas margens do rio entre Vila Cova de Alva (Arganil) e Avô (Oliveira do Hospital).
Pelas 12:10 de hoje, de acordo com a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio de Arganil estava a ser combatido por 1.009 operacionais, apoiados por 335 viaturas e 11 meios aéreos.
O estado de prontidão especial do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) mantém-se desde 11 de agosto no nível máximo de quatro, e encontram-se ativados os planos distritais de Emergência e Proteção Civil de Viseu e Coimbra, e os planos municipais de Trancoso, Oliveira do Hospital, Arganil, Aguiar da Beira, Sátão, Sernancelhe, Seia, Pampilhosa da Serra, Tábua e Góis.
A ANEPC, perante a declaração de situação de alerta em vigor, salientou a proibição do acesso e circulação nos espaços florestais, de realização de queimadas e queimas e a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas, de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, e de trabalhos nos demais espaços rurais, bem como da utilização de fogo de artifício ou outros artefactos pirotécnicos.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje um homem de 19 anos pela presumível autoria de um crime de incêndio florestal, ocorrido na noite de sexta-feira, em Seia, no distrito da Guarda.
O jovem foi detido por elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Guarda, com a colaboração do posto territorial da GNR de Seia.
“O suspeito terá ateado o incêndio com recurso a chama direta, sem motivo evidente, pondo em risco floresta e habitações em plena Serra da Estrela, num dia fortemente marcado por incêndios florestais no mesmo distrito, que causaram, inclusive, a morte de um cidadão e ferimentos graves noutros”, refere a Judiciária num comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo a PJ, o fogo não assumiu maiores proporções graças à intervenção de populares e veraneantes que passavam no local, “os quais debelaram as chamas no seu início por meios próprios”.
“Já investigado no passado pelo mesmo tipo de crimes”, o detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público da Guarda.
Os incêndios florestais consumiram até hoje 139 mil hectares, metade dos quais em apenas dois dias, o que representa 17 vezes mais do que a área ardida no mesmo período do ano passado, segundo dados provisórios do ICNF.
De acordo com a informação disponibilizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 01 de janeiro e 14 de agosto, tinham ardido 74.931 hectares, um número que subiu para 139.091 à data de hoje.
Estes dados revelam que apenas nos últimos dois dias, arderam 64.160 hectares, 46% do total ardido desde o início do ano.
Quando comparado com o período homólogo, verifica-se que a área ardida este ano é cerca de 17 vezes superior aos 7.949 hectares de floresta que arderam entre 01 de janeiro e 15 de agosto de 2024.
A área ardida este ano é também a segunda maior desde 2017, ano que contabilizou um total de 164.249 hectares de área ardida até 15 de agosto.
O ICNF especifica que desde o início do ano, até hoje, deflagraram 6.229 incêndios, a grande maioria em matos (48%) e povoamentos florestais (40%), e a restante em terrenos agrícolas (12%).
Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de incêndios aumentou 79%.
Fazendo o balanço dos últimos dois dias, verifica-se que entre 14 e 16 de agosto foram registados mais 231 incêndios, de 5.998 para 6.229.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio desde 02 de agosto.