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Cerca de 70% da carpintaria de Xavier Aguiar Frias ardeu na sexta-feira, na sequência de um incêndio que já afetou 11 municípios.
Agora é tempo de “arregaçar as mangas” para contabilizar prejuízos e reerguer o negócio, disse à agência Lusa o proprietário.
Xavier Aguiar Frias tem o negócio há 25 anos na Ponte do Abade, uma população que fica no limite e é dividida por dois concelhos e dois distritos. Sernancelhe, no distrito de Viseu, e Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. “Eu fico em Sernancelhe”, disse.
Os prejuízos ainda não estão calculados, esse “é um trabalho que está agora a começar de ser feito”, porque a oficina de carpintaria é “dividida em várias partes e o incêndio chegou a algumas delas”.
“Só consegui salvar duas máquinas, uma mais eletrónica e uma outra que ainda não sei se vai dar para recuperar”, adiantou.
Xavier Aguiar Frias tem andado com os seis funcionários a analisar os prejuízos e, até ao momento, disse hoje pelas 10:00 à agência Lusa, “arderam todas as outras máquinas, cabines de pintura, pistolas, tudo, foi tudo, foi o telhado, foi tudo”.
“A madeira que tenho dentro do armazém está toda danificada, seja pelo fogo, pela água dos bombeiros ou ainda pelo calor. A que tinha no exterior, junto aos carros, ainda conseguimos salvar. Felizmente, salvámos essa parte”, adiantou.
O empresário de 49 anos disse que, “agora, é tempo de arregaçar as mangas e ver o que se pode fazer para voltar a trabalhar” até porque tem um “novo pavilhão a ser feito na nova zona industrial de Sernancelhe que ainda só tem a estrutura metálica”.
“Lá, como aquilo é novo e os terrenos estão limpos, acho que não ardeu, mas ainda não posso lá trabalhar. Vamos ver como é que vamos fazer”.
Do seguro, aguarda a chegada dos peritos que, “coitados, têm muito por onde andar, nestes dias, sem contar que há muitos de férias”, mas só depois da visita deles é que dá para fazer conta ao que poderá receber.
“Apoio seguro sei que tenho o da família e amigos. Tudo o resto, olhe, vou esperar sentado. Se vier é bom, mas não posso estar à espera do seguro ou da Câmara e do Governo. Conto comigo e com os meus e com o meu trabalho”.
Xavier Aguiar Frias disse ainda que “é desolador olhar em volta, com tudo ardido, desde casas, palheiros a terrenos agrícolas e vegetação”.
“É uma imagem demasiado triste”.
Este incêndio teve origem em dois outros focos – Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) – e na sexta-feira tornou-se um só, que se alastrou a 11 municípios dos dois distritos.
Este complexo de incêndio entrou em resolução às 22h00 de domingo.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.