Nelas acolhe festival internacional de música clássica este fim de semana

A rede Music Series Festivals leva esta sexta-feira à noite a Santar, em Nelas, um festival de música clássica, a decorrer até domingo, que reúne artistas portugueses e estrangeiros e a banda filarmónica local, na sua programação.

“Durante estes três dias, de hoje até domingo, vamos ter quatro concertos, sendo o sábado o dia mais longo, a começar com uma matiné às 11:00, com a presença da Banda Filarmónica de Santar”, adiantou á agência Lusa o diretor artístico do festival.

Vasco Dantas acrescentou que a Banda Filarmónica de Santar “incorpora muitos músicos, dos 10 aos 67 anos, oriundos da vila mas também da região do Dão”, e é o único espetáculo gratuito no festival que se realiza nos jardins de uma unidade hoteleira.

Segundo disse à agência Lisa, esta primeira edição em Santar está integrada na rede Music Series Festivals, que também incorpora o Algarve – em outubro na 10.ª edição -, e que no ano transato passou pelos concelhos de Beja e de Guimarães, assim como em localidades do Chile ou Suíça.

O programa completo está disponível na página do festival (musicseriesfestivals.com) e conta com os maestros Rui Nunes e Pedro Neves, os músicos Thomas Encho, Vassilena Serafimova, Letícia Moreno, João Barradas, Joel Cardoso, Sergei Nakariakov e Vasco Dantas.

São espetáculos de “música clássica, mas também com arranjos dos próprios músicos, [com] obras repensadas, improvisos, adaptações a instrumentos, como o acordeão, por exemplo, que não é tão presente” neste estilo musical.

“É possível ouvir, por exemplo, o clarinetista Joel Cardoso a pegar em fados e vai tocá-los no clarinete, acompanhados por um quarteto de cordas da Orquestra Metropolitana de Lisboa”, exemplificou.

O diretor artístico acrescentou ainda que, “muitas vezes, o músico acaba por pegar em temas musicais bastante conhecidos e aprimorá-los de outra forma, fazer uma composição harmónica por trás, para poder tocá-la num instrumento mais clássico”.

Vasco Dantas defendeu que esta rede tem como “objetivo descentralizar a qualidade, porque não é por a música acontecer na Gulbenkian ou na Casa da Música que ela tem mais qualidade, porque os músicos são os mesmos e é uma forma de levar a qualidade a locais que não se deslocam aos grandes” centros urbanos.

Outra das particularidades do festival é acontecer “em sítios acolhedores e em meios onde isso é possível, como vai ser o caso, dos jardins” dessa unidade hoteleira em Santar, Nelas, no distrito de Viseu.

“É um momento no final dos espetáculos de interação onde é possível a degustação de petiscos e produtos regionais e, neste caso, na companhia do vinho do Dão; e além do público está também presente o coletivo de artistas do festival”.