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A Aldeia da Póvoa Dão, situada apenas a 10 minutos da cidade de Viseu e com uma área total de cerca de 100 hectares, entrou oficialmente em processo de venda pública, com licitações abertas até 5 de dezembro de 2025, anunciou a empresa Leilosoc. A “aldeia” está novamente à vendam, desta vez em leilão eletrónico, com um preço base de 1,7 milhões de euros e um valor mínimo de 1,445 milhões para a aquisição do conjunto rural, que integra 41 casas de granito e capela.
Considerada uma das aldeias mais pitorescas do centro do país, a Póvoa Dão foi alvo de um vasto projeto de recuperação no início dos anos 2000, após um investimento de cerca de cinco milhões de euros realizado pela construtora Ramos Catarino, que adquiriu o local em 1995. A reabilitação preservou a traça beirã e transformou a aldeia num empreendimento turístico com restaurante, campo de ténis e amplos jardins. Contudo, as dificuldades financeiras que se seguiram ao colapso do BES levaram ao declínio e abandono do projeto.
Segundo o Jornal de Negócios, a atual venda ocorre após a insolvência da Ramos Catarino no início deste ano, motivando o proprietário Nacala Holdings a avançar com o processo de alienação do imóvel. A Leilosoc descreve a aldeia como “uma oportunidade rara no mercado imobiliário português”, destacando o seu potencial para projetos como eco-resort de luxo, aldeamento turístico ou iniciativas de enoturismo.
“Com casario tradicional bem preservado, que mantém a traça original, a aldeia integra capela, restaurante, estacionamento, zonas comuns e amplos espaços exteriores ajardinados. Localizada no coração da Região Demarcada do Dão, a propriedade beneficia da proximidade a rotas culturais, gastronómicas e vinícolas da Beira Alta, bem como do acesso direto ao rio Dão, onde se encontram praias fluviais e paisagens marcadas pelo silêncio do vale e pela envolvência natural”, lê-se na descrição.
“Cada pedra da Aldeia da Póvoa Dão conta uma história. Entre o silêncio do vale e o som do rio, esta aldeia é um refúgio de autenticidade um cenário onde a tradição e a modernidade se unem”, descreve ainda a empresa sobre a aldeia que está perto de Sigueiros e cuja história a coloca com mais de 1000 anos de existência.
As licitações estão abertas a qualquer investidor registado na plataforma Leilosoc.com, onde está disponível o catálogo completo com informação detalhada sobre a propriedade.
A Póvoa Dão foi notícia em maio de 1995 por ter sido vendida por 80 mil contos (cerca de 400 mil euros), numa altura em que viviam na aldeia “quatro idosos, das dezenas de famílias que 20 anos antes (década de 1975) habitavam na localidade”.
Em 1995, era a segunda vez que a aldeia tinha sido vendida, depois de na “primeira transação estarem envolvidos 11 contos de reis”, escreveu na altura a agência Lusa.
Em 2000, Póvoa Dão voltou a ser notícia por as 32 casas (de T0 a T3) de traça rural totalmente construídas em granito, na margem esquerda do rio Dão, estarem disponíveis para venda e também para turismo.
Quatro anos depois, o presidente do grupo Catarino, de Cantanhede, Vitor Catarino, que adquiriu a aldeia e a recuperou, disse à Agência Lusa que, apesar de há mais de um ano várias famílias ocuparem já as suas casas, que têm licença de habitabilidade, só nos últimos dias foi concedida a licença de turismo de aldeia, que permitirá receber turistas nalgumas habitações reservadas para o efeito”.
Em 2004, o então ministro da Economia, Carlos Tavares (PSD), inaugurou a reabilitação de Póvoa Dão cuja origem remonta às inquirições afonsinas anteriores a 1258 (século XIII).
Desde a sua aquisição, em 1995, o Grupo Catarino investiu cerca de 3.500 mil euros na recuperação da aldeia e em infraestruturas, escreveu a agência Lusa em 2004.
Na altura, tinham sido vendidas 20 casas, a famílias das cidades do Porto, Lisboa, Coimbra e Viseu e o grupo pretendia ficar com “seis ou sete” para exploração turística.