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O fim da distribuição de jornais nos distritos do interior do país é uma “situação inqualificável” considerou esta sexta-feira António José Seguro durante um encontro que teve com o presidente da Câmara de Viseu, um dos distritos que poderá ser afetado pela decisão da distribuidora Vasp.
O candidato à Presidência da República defendeu que devem ser encontrados meios e recursos para que as publicações possam chegar a essas regiões do país, antes que “fiquem sem voz”.
A administração da empresa está a avaliar a necessidade de fazer ajustamentos na distribuição diária de jornais nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Entre os argumentos invocados está “uma situação financeira particularmente exigente, resultante da continuada quebra das vendas de imprensa e do aumento significativo dos custos operacionais, que colocam sob forte pressão a sustentabilidade da atual cobertura de distribuição de imprensa diária”.
“Se eles não chegam ao interior, também significa que não há notícias dessas terras nesses mesmos jornais. Portanto, o interior fica sem voz”, sustentou o candidato presidencial. “Há necessidade de o interior continuar a ter jornais em papel. Há uma parte do interior que está envelhecida que quer ter acesso às notícias e que não consegue de outra maneira que não seja através dos jornais”, realçou.
António José Seguro defendeu que “o interior precisa de voz e, para ter mais voz, também é preciso que os seus problemas sejam divulgados, noticiados, nos jornais” e se não chegarem ao interior, “naturalmente, também não vão dar notícias do interior”.
Num artigo divulgado hoje na imprensa, os diretores de todos os jornais de informação generalista diária, de todos os semanários, da única publicação impressa diária na área da economia, das ‘newsmagazines’ e revistas de informação geral e temática, e de todos os diários lançam o alerta à sociedade civil e a todos os responsáveis políticos, quer ao nível do Estado central, quer nas autarquias locais.
De acordo com os signatários, a crescente degradação da indústria de impressão e a progressiva asfixia das cadeias de distribuição são dois fatores que colocam Portugal em sério risco de, muito em breve, ficar sem acesso à imprensa escrita em vastas áreas do seu território.
“Para muitas das nossas publicações, a principal forma de assegurar a regularidade do contacto com o público passa, já hoje, por imprimir em empresas espanholas. Isto com todas as dificuldades e constrangimentos inerentes, além do prejuízo para a economia nacional”, é referido no texto.
O candidato falava aos jornalistas à saída de um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Viseu, João Azevedo, vencedor das eleições autárquicas de 12 de outubro e o primeiro autarca do concelho a ser eleito pelo Partido Socialista (PS).
Aos jornalistas, João Azevedo disse que receberá todos os candidatos que quiserem visitar a Câmara de Viseu, mas assumiu o apoio a António José Seguro, reconhecendo que “é um homem com várias camadas de conhecimento” e “muito bem preparado” para assumir o cargo de chefe de Estado.
Um apoio que o candidato agradeceu, realçando que tal como ele, também é do interior, e, também por isso, porque está nos seus genes, prometeu não deixar cair essa região do país da agenda política.
“Sei da importância do interior para o nosso país. Não há territórios dispensáveis em Portugal, nem há portugueses de primeira e de segunda. A nossa economia tem a ganhar com o desenvolvimento do interior”, defendeu.
António Jose Seguro defendeu ainda que “é preciso um desenvolvimento mais equilibrado” e como solução indicou que “há imensos serviços públicos em Lisboa que podiam estar no interior e isso ajudava a fixar pessoas”, assim como “políticas de incentivo” para se fixarem e atrair nova população.
A título de exemplo indicou que “as escolas superiores do interior não podem ser prejudicadas com as regras de acesso” e, sob este ponto de vista “houve muito prejuízo”.
No interior “há condições, há ideias”, tem é que “haver acesso à cultura, à saúde, à educação,” e a título de exemplo indicou que “outros países fizeram isso” e se Portugal, “não souber fazer melhor, pelo menos que fala igual” ao que se fez em muitos países.
Entre as soluções, apontou para a necessidade de acordos, entre as comunidades intermunicipais (CIM) e o governo, “no sentido de se desenvolverem contratos de desenvolvimento para cada região específica”.
No seu entender, o interior “tem problemas comuns, mas também necessidades e oportunidades específicas”, relançando que isso significa “recursos associados e alocados a objetivos muito concretos”.
Para o candidato, os autarcas e empresários são quem conhece o interior e por isso, cabe aos autarcas, que têm representação política, “trabalharem em conjunto com o governo em acordos que ajudam a desenvolver o interior, porque é aquilo que mais querem”.
“Mas gastam muitas energias a terem que ir para Lisboa pedinchar, a dizerem vejam lá, a chamar a atenção para os problemas, naturalmente que coloca as situações mais difíceis”, indicou, realçando que os contratos “vão potenciar” o interior.
No final da visita a Viseu e depois de ter passado por S. Pedro do Sul, António José Seguro apelou ainda ao governo para retirar a proposta laboral e iniciar novas conversações para haver paz e estabilidade social necessárias e disse que será um presidente exigente com governo e partidos.
“Volto a fazer um apelo ao governo para que retire esta proposta e inicie novas conversações na concertação social entre empresários e representantes dos trabalhadores”, desafiou o candidato.
No entender de António José Seguro, o pacote apresentado pelo governo “fere um princípio democrático, porque esta proposta de legislação laboral não foi apresentada aos eleitores na campanha eleitoral, depois falhou na concertação social”.
“Não percebo, nem a oportunidade nem a necessidade desta legislação laboral. Temos problemas no país aos quais temos de dar resposta e um deles é termos uma economia mais competitiva”, entendeu.
E nesse sentido, a proposta da legislação laboral “não ajuda” a cumprir com os objetivos necessários à economia competitiva, já que “não corresponde” no “combate à desigualdade salarial entre homens e mulheres”, nem “evita que os jovens emigrem para fora de Portugal”.
“Portanto, pergunta-se porquê? Não se percebe a oportunidade de uma lei que ainda por cima vem dividir os portugueses quando nós precisamos de unir os portugueses e de mobilizarmo-nos em respostas aos problemas concretos do país”, disse.
António José Seguro defendeu que um país “para progredir tem de ter estabilidade política, mas também precisa de paz social” e “o governo é que tem de ter responsabilidades para criar condições para criar essa paz social.
Sem querer comentar os números divulgados, quer pelo Governo, quer pelas centrais sindicais, o candidato a Presidente da República realçou que o que lhe “interessa é um país que precisa de crescer economicamente e ser mais competitivo” e essa “é a urgência necessária” para Portugal.
“Quero ser um Presidente da República que seja exigente com os partidos e com os governos para resolverem os problemas dos portugueses e mobilizar o país que tem talento, inteligência e o país tem de voltar a acreditar e ter um projeto de esperança”, defendeu.
E acrescentou: “Temos de saber qual é o nosso desígnio e trabalharmos nesse sentido. Esse é o papel do Presidente da República. Venho para unir as pessoas. Há demasiada divisão, há demasiado ódio e venho para promover a esperança no nosso país”.
António José Seguro assumiu-se ainda uma “pessoa sempre positiva” e por isso apelou ao diálogo, “porque a democracia é diálogo, não pode ser é eterno” e “é preciso acabar com os braços de ferro em Portugal e promover uma cultura de compromissos e promover uma cultura de soluções para os problemas” de Portugal.
“O país tem o diagnóstico feito, tem soluções, tem propostas. O que é que falta? Falta liderança. E eu como Presidente da República quero ajudar a criar essa liderança, essa iniciativa e essa firmeza”, assumiu.
O candidato destacou que “há portugueses e milhares de famílias com dificuldades para chegar ao final do mês, há pessoas que sobrevivem, não vivem” e por isso é que o país precisa “de uma economia mais competitiva para pagar melhores salários às pessoas, para tirar as pessoas da pobreza”.
“Temos dois milhões de pobres em Portugal. É altura de parar com as politiquices, com as políticas partidárias e concentrarmo-nos no essencial; encontrar soluções para melhorar a vida dos portugueses”, redorçou.