Viseu tremeu com sismo de magnitude 4.1 que terá tido origem na falha da Vilariça
Centenas de relatos nas redes sociais dão conta do tremor de terra que se sentiu na zona de Viseu quando o relógio marcava as 00h38.
De acordo com o IPMA, tratou-se de um sismo de magnitude 4.1 ( (Richter) com epicentro em Celorico da Beira, concelho da Guarda, e que foi sentido no centro e norte de Portugal.
“Que susto! A minha casa abanou toda”, esta é a frase que mais se lê entre quem está a partilhar a experiência nas redes sociais.
Quem se apercebeu, relata que sentiu tudo a abanar e um barulho a atravessar como se fosse uma onda grave sonora.
Para quase todos os testemunhos, foi a primeira vez que sentiram e experenciaram “algo assim”.
De acordo com vários especialistas já ouvidos, este sismo terá tido origem na chamada Falha de Vilariça. “A falha é bem conhecida, está bem monitorizada, e o sismo, apesar de tudo, é um sismo de relativamente baixa magnitude”, garantem o especialista.
A falha da Vilariça, que se desenvolve entre Bragança, Vilariça e Manteigas, corresponde a um grande acidente tectónico, com uma extensão de 250 quilómetros. Esta falha, ainda que de baixa atividade sísmica, foi responsável pelo sismo de 1858, que destrui a vila de Moncorvo.
Este sismo de sábado, de acordo com a informação disponível até ao momento pelo IPMA, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV/V (escala de Mercalli modificada) no concelho de Covilhã (Castelo Branco).
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Aveiro, Santa Maria da Feira, Mealhada, Ovar, Vale de Cambra (Aveiro), Sertã (Castelo Branco), Guarda (Guarda), Alijó (Vila Real), Cinfães, Mangualde, Nelas e Viseu (Viseu).
“Foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 4.1 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de quatro quilómetros a Oeste-Sudoeste de Celorico da Beira”, lê-se no comunicado do IPMA que explica, ainda, que “a localização do epicentro de um sismo é um processo físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados, dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas. Agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente diferentes”.
Segundo a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), fortes (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).
A escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respetiva descrição”.
Com uma intensidade IV, considerada moderada, “os objetos suspensos baloiçam, a vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada de uma bola pesada nas paredes, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, os vidros e loiças chocam ou tilintam e na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem”, segundo o IPMA.
Já com uma intensidade V, considerada forte, o abalo é “sentido fora de casa, pode ser avaliada a direção do movimento, as pessoas são acordadas, os líquidos oscilam e alguns extravasam, pequenos objetos em equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados”.