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A associação cultural Binaural Nodar vai comemorar o 15.º aniversário do seu programa de residências artísticas com uma nova residência que junta os artistas Angie Saiz, Alma Sauret-Small, Miguel Tavares e Rui Catalão.
A iniciativa decorrerá de 7 a 26 de junho nas aldeias e na vila de Vouzela.
Em comunicado, a Binaural Nodar refere que, no âmbito dos 15 anos das residências artísticas que promove em artes sonoras, media e performance em contextos rurais da região Viseu Dão Lafões, irá propor como tema para os projetos a acolher os “diálogos artísticos entre os lugares e as experiências psicológicas, a serem criados a partir do contacto direto com paisagens e comunidades rurais locais e/ou emanados de reflexões e experiências pessoais dos próprios artistas acolhidos”.
A artista chilena Angie Saiz propõe uma configuração, a partir da paisagem simbólica de Vouzela, de uma coleção de poemas audiovisuais “que dialoguem com o estado de normalidade frágil atual, uma que é descartável, instável e vulnerável”.
“Através de um trabalho de cartografia, documentação e produção artística, a residência artística é entendida como um espaço urgente de criação, uma oportunidade de retomar práticas suspensas e uma possibilidade de reencontro com outras pessoas”, explica a Binaural, acrescentando que o projeto jogará com o conceito de ecótono, uma zona de transição natural entre dois ecossistemas diferentes ou fronteiras ecológicas, e usando essa noção para o contexto geográfico, arqueológico, histórico e natural “enquanto fontes de construção da memória-esquecimento pessoal e coletiva”.
Já a compositora e intérprete francesa Alma Sauret-Small irá dedicar-se às “harmonias de instrumentos de chamada que são capazes de produzir efeitos emocionais e psicológicos que propiciam e revelam uma interioridade e uma alteridade por meio de suas vibrações e dissonâncias”. Esta artista vai estar focada no status desses instrumentos como instrumentos relacionais que “só têm sentido e valor porque criam uma relação com as pessoas, com as práticas, ressoando com elas e nelas mesmas”.
O projeto de Miguel Tavares usará as semanas de residência artística para refletir “entre um suposto ambiente idílico rural onde a ansiedade parece não existir e a cidade enquanto possível indutora de pulsões agorafóbicas, desenvolvendo para tal uma abordagem ambulatória e pessoal, que se apresente intimista e de acesso a um tempo que irá procurar apresentar como seu”, além de gravar sons “a partir de apontamentos oferecidos pela natureza nos locais escolhidos para as reflexões”.
Já Rui Catalão vai entrevistar a população de Vouzela e tentar perceber que tipo de histórias ocorrem no que diz respeita a experiências em que os pais estiveram ausentes e o impacto tanto nas relações familiares como na relação com a comunidade. O projeto terá a colaboração do jornalista Madiu Furtado na realização de entrevistas.