Os níveis de ozono no ar já ultrapassaram os valores considerados normais na região de Viseu, numa altura em que o calor não tem dado tréguas. Na estação de Fornelo do Monte, no concelho de Vouzela, os valores de concentração superaram na última noite o limiar dos 180 microgramas por metro cúbico.
Esta estação é a única do distrito de Viseu que se dedica a avaliar os níveis de concentração do ozono no ar. Às 21h00 de quarta-feira (13 de julho), registava-se uma média horária de 200 microgramas, tendo sido este o nível máximo registado durante o dia de ontem.
À noite, os registos foram sempre superiores ao normal. Pelas 20h00, a média foi de 188 microgramas. Depois, às 22h00, o nível de concentração foi de 196 e, pelas 23h00, foi de 181.
Já esta quinta-feira, os níveis de ozono em Fornelo do Monte têm baixado nas primeiras horas, passando dos 166 microgramas à meia-noite para os 135 microgramas às 9h00, a última hora disponível no site QualAr, da Agência Portuguesa do Ambiente. Esta plataforma compila os dados de qualidade do ar em várias estações de todo o país.
Ontem foi o dia com os níveis de ozono mais elevados na estação de Fornelo do Monte durante os últimos 15 dias. Os níveis mais baixos foram registados a 29 de junho, altura em que o registo máximo foi de 95 microgramas. Desde então, os valores têm vindo a aumentar à medida que se intensifica a vaga de calor que assola nesta altura a região e o país.
Os valores aceitáveis começaram a ser ultrapassados na terça-feira (dia 12), quando o máximo horário foi de 195 microgramas às 19h00.
Se, na estratosfera, o ozono filtra a radiação solar ultravioleta, já na troposfera (camada mais baixa da atmosfera que entra em contacto com a superfície da Terra), pode ser encarado como um poluente secundário.
Os episódios de poluição que resultam das concentrações elevadas de ozono ocorrem essencialmente no verão, em dias de forte radiação solar, temperaturas elevadas, vento fraco e estabilidade atmosférica.
Segundo as autoridades, a exposição ao ozono poluente, também chamado de “ozono mau”, pode provocar dificuldades respiratórias, tosse, problemas cardíacos, dores de cabeça e peito, irritação nos olhos, nariz e garganta, perdas agrícolas e danos na vegetação, nos edifícios e em materiais como a borracha e os têxteis.
A concentração excessiva de ozono afeta a qualidade do ar com efeitos sobretudo em grupos da população mais sensíveis, tais como crianças, idosos e asmáticos.
Segundo a legislação em vigor, há dois limiares de informação obrigatória à população. No momento em que se verifica que, nas medições de uma estação, um valor horário de ozono ultrapassa os 180 microgramas por metro cúbico, as comissões de coordenação e desenvolvimento regionais informam as autoridades e a comunicação social.
Quando os níveis de ozono no ar atingem os 240 microgramas, as populações são alertadas para ficarem em casa ou em espaços fechados e evitarem fazer grandes esforços físicos.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro lembra que devem ser evitados fatores de risco, tais como fumar e utilizar ou contactar com produtos irritantes, como os que contém solventes (exemplos: gasolina, tintas e vernizes), e que devem ser respeitados os tratamentos médicos em curso e recorrer a cuidados médicos, em caso de agravamento de eventuais sintomas.
O distrito de Viseu tem estado nos últimos dias sob alerta vermelho por causa das altas temperaturas, mas a partir das 21h00 desta quinta-feira, passa a estar sob aviso laranja até sábado, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Níveis de ozono na estação de Fornelo do Monte, Vouzela
• Máximos dos últimos 15 dias
o Dia 27 de junho: 104 microgramas por metro cúbico
o Dia 28: 113
o Dia 29: 95
o Dia 30: 101
o 1 de julho: 135
o Dia 2: 116
o Dia 3: 129
o Dia 4: 121
o Dia 5: 140
o Dia 6: 145
o Dia 7: 130
o Dia 8: 150
o Dia 9: 168
o Dia 10: 169
o Dia 11: 157
o Dia 12: 195
o Dia 13: 200
• Médias horárias a 13 de julho
o 0h00: 171 microgramas por metro cúbico
o 1h00: 157
o 2h00: 149
o 3h00: 144
o 4h00: 138
o 5h00: 140
o 6h00: 135
o 7h00: 129
o 8h00: 135
o 9h00: 145
o 10h00: 165
o 11h00: 155
o 12h00: 148
o 13h00: 147
o 14h00: 151
o 15h00: 149
o 16h00: 146
o 17h00: 140
o 18h00: 144
o 19h00: 164
o 20h00: 188
o 21h00: 200
o 22h00: 196
o 23h00: 181
• Médias horárias a 14 de julho
o 0h00: 166 microgramas por metro cúbico
o 1h00: 152
o 2h00: 143
o 3h00: 137
o 4h00: 129
o 5h00: 123
o 6h00: 118
o 7h00: 116
o 8h00: 124
o 9h00: 135