040521155005aebdb949fb46d26473a5f634e2c7c4492a06f7ac
GNR Guarda Nacional Republicana - Jornal do Centro
GNR Viseu - Apreensão 27
WhatsApp Image 2025-05-28 at 115107
aluguer aluga-se casas
aluga-se

À procura de vistas de cortar a respiração? Situado na EM326, em…

30.05.25

Quer fazer parte de uma equipa com mais de 20 anos de…

29.05.25

No quarto episódio do Entre Portas, um podcast da Remax Dinâmica em…

28.05.25
vitor figeuiredo
josé antonio santos lamego ps
manuel-marques
rustica padaria viseu
arca
vinho_queijo_pao
Home » Notícias » Colunistas » Relatório sobre o S. João

Relatório sobre o S. João

 Relatório sobre o S. João - Jornal do Centro
08.07.23
partilhar

1. Este ano, o S. João foi muito animado, as noites estiveram quentes, o pinheiro de Vildemoinhos ardeu alto e com cheiro intenso a rosmaninho como manda a tradição, o fogo-de-artifício no Porto durou dezasseis minutos, houve bailaricos em tudo quanto é praça/largo/adro/rossio. Passada que foi a peste, o povo tratou de matar as saudades acumuladas.

Para os lados da Federação Russa também houve festa com muito fogo de artifício nos dias 23 e 24 de Junho.
Um “manjerico” chamado Yevgeny Victorovich Prigozhin, de peito feito, a vociferar já não só contra Shoigu e Gerasimov, mas também contra o “alho-porro” que habita no Kremlin, pôs-se a caminho de Moscovo, enquanto ia deitando abaixo aviões e helicópteros.
O que foi acontecendo naquele S. João russo está bem documentado, geo-referenciado, filmado, fotografado. Só é preciso meter um “alegadamente” no que diz respeito a um putativo telefonema do presidente bielorusso que terá feito o “manjerico” dar meia volta e andar para trás os exactos quilómetros que tinha andado para a frente e mais alguns até à Bielorrússia: um “arrecuo” maior que a arremetida.
E os festejos de S. João mais animados de sempre na Rússia não terminaram sem antes a FSB, a polícia política do “alho-porro”, ter ido fazer buscas à mansão de Prigozhin, em S. Petersburgo.
As televisões russas estão agora empenhadas em destratar o patrão dos mercenários da Wagner, para elas o homem já foi bestial, agora é uma besta, para elas a conquista de Bakhmut já foi uma saga heróica, agora aquela cidade não interessa nem ao Menino Jesus.
E, para o povo russo perceber mesmo que o “manjerico” é uma besta, nada melhor do que mostrarem, em horário nobre, imagens do recheio do seu casarão:
– ele era sacadas de dinheiro e pilhas de barras de ouro;
– ele eram ícones preciosos pendurados nas paredes;
– ele eram piscinas e jacuzzis;
– ele era um helicóptero;
– ele era um armário cheio de cabeleiras;
– ele eram fotografias do “manjerico” emperucado, numa parece o Elton John no tempo em que cantava “Nikita”.

2. Infelizmente, esta crónica de Verão não se pode ficar só pela leveza, já que este “manjerico” e este “alho-porro” são tudo menos flores que se cheirem.
Fiquemo-nos por estes dois pontos finais:
(i) a zanga entre Putin e o chefe dos mercenários da Wagner fez cair a máscara ao presidente russo, que, depois de anos de mentiras, acabou agora a assumir em discurso directo que aquela tropa assassina trabalhava às ordens do Kremlin e era paga pelo estado russo;
(ii) o uso de exércitos privados não é um exclusivo de estados mafiosos como o russo; como explica Moisés Naím, em “O Fim do Poder”: “nos exércitos nacionais das democracias ocidentais, existem cada vez mais empresas militares privadas que realizam missões militares e de segurança outrora reservadas aos exércitos e à polícia”;
era bom que este atribulado S. João russo fizesse perceber às democracias, também a elas, que as funções militares e de preservação da lei e da ordem devem ser monopólio do Estado.

 Relatório sobre o S. João - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 Relatório sobre o S. João - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar