gnr_formacao_incendios_3_of_13
Acidente IP3 Tondela
festas de junho no distrito
WhatsApp Image 2025-05-28 at 115107
aluguer aluga-se casas
aluga-se

À procura de vistas de cortar a respiração? Situado na EM326, em…

30.05.25

Quer fazer parte de uma equipa com mais de 20 anos de…

29.05.25

No quarto episódio do Entre Portas, um podcast da Remax Dinâmica em…

28.05.25
vitor figeuiredo
josé antonio santos lamego ps
manuel-marques
castro daire
rustica padaria viseu
arca
Home » Notícias » Colunistas » Emergência Orçamental

Emergência Orçamental

 Emergência Orçamental - Jornal do Centro
03.11.23
partilhar
 Emergência Orçamental - Jornal do Centro

O Orçamento do Estado para 2024 entrou, nos últimos dias, para discussão e debate na Assembleia da República, e sem grandes surpresas o documento prossegue os caminhos das políticas de baixos salários e perda real de rendimentos, das políticas de ataque ao Serviço Nacional de Saúde e à Escola Pública, aprofundando a deterioração geral dos serviços públicos, e sem respostas eficazes às questões da habitação e da carestia de vida, a tudo se junta uma nova e frenética anunciada vaga de privatizações.

O Partido Socialista, governo e respectiva bancada parlamentar, em maioria na Assembleia da República, encontram respaldo numa propaganda de contas certas, que não encontra fundamento na vida real dos trabalhadores e das famílias, que desde o último acto eleitoral anseiam por ver concretizado o propalado pelo governo desde então, como o “orçamento mais à esquerda de sempre”, não foi esse, o de então, não foi o anterior e está visto que este não será.

É este um orçamento, que contrariamente ao que afirma António Costa, um que concentra a riqueza, que dinamita os serviços públicos e que consagra o empobrecimento generalizado como sua conquista principal. É este um orçamento que esvazia o debate político à direita, também ela esvaziada no argumentário, na questão única do IUC, exactamente porque é um documento que corresponde à linha ideológica dos partidos de direita e da política que preconiza, soando os alarmes liberais, como bem se compreenderá, afinal como se combatem propostas que são intrinsecamente suas. À esquerda, o PCP traz a discussão os temas para os quais os orçamentos do estado são a ferramenta certa para se construírem as respectivas respostas, desconstruindo o nacional-porreirismo dos que neste campo vão preferindo as tragicómicas reverências e cumprimentos ao governo de António Costa do que centralizar no debate as questões essenciais do país e do povo.

Este é um orçamento de estado de um PS calculista e matemático, sem empatia e considerações sociais, de um PS “mais encostado à troika de sempre”, que franqueará portas à direita, pela sua incapacidade de dar respostas. Este é um orçamento que coloca limites aos aumentos de salários e pensões, que não aposta na produção nacional e no investimento público, aumentando a dependência externa, como tanto é desejado pelo circuito neoliberal, que agrava as questões da habitação e ataca ferozmente o SNS e a Escola, bem como os seus trabalhadores.

O documento far-se-á sentir nestas medidas e pela falta de outras neste território e distrito, e em muitos momentos, dará o seu decisivo contributo, para o sempre encapotado projecto político de abandono e desinvestimento no interior do país. A IP3, à escala a nossa basílica da Sagrada Família, continuará sem a dotação para a exigida reconversão e respectivas obras, o norte do distrito prosseguirá sem as suas barragens de regadio, em Armamar e Moimenta da Beira, que a produção nacional é parente empobrecido do já pobre investimento público, a reconversão do Hospital Psiquiátrico de Abraveses, em Viseu, num Serviço Público de Cuidados Continuados e Paliativos, é miragem, num território sem qualquer transversalidade para estes cuidados clínicos, o investimento na ferrovia, ligando a linha do Douro a Lamego, a da Beira a Viseu, e promovendo a ligação entre as duas, está para lá da linha do horizonte. À falta de investimento juntar-se-ão os problemas de sempre, de salários e pensões baixas que possam condignamente enfrentar o aumento do custo de vida, habitação para todos e acesso universal e de qualidade aos serviços públicos, cada vez mais escasseados e afunilados pelo território.

Haverá de chegar o dia em que um Orçamento do Estado será uma ferramenta nas mãos de um governo para melhorar a vida de todos, em que será um instrumento ao serviço do seu povo, mas este ainda não é o dia.

 Emergência Orçamental - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 Emergência Orçamental - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar