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Começamos esta nova temporada onde a água é quente, as histórias são…
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Entre 4 e 8 de Abril de 1973, reuniram-se milhares de opositores ao Estado Novo para encontrar bases comuns para submeter às eleições desse ano. Foram quase 200 teses a favor da Liberdade e contra a Guerra Colonial. Aveiro recebeu o Terceiro Congresso da Oposição Democrática.
Organizado na sequência de outros dois, designados «republicanos», que tiveram lugar na mesma cidade em 1957 e em 1969 – o primeiro a anteceder as disputadas eleições presidenciais de 1958, e o segundo no contexto das legislativas da «primavera marcelista» –, teve como seu principal objetivo a preparação de um programa comum e de listas unitárias, destinadas a enfrentar, na campanha eleitoral para a Assembleia Nacional que decorreria em outubro, as propostas do regime defendidas pela Ação Nacional Popular, denominação puramente cosmética escolhida na época para designar a União Nacional, o partido único fundado em 1932 que sobreviveria até ao final da ditadura. Visou também estimular o recenseamento político para o ato eleitoral.
Nele colaboraram oposicionistas de diferentes gerações e tendências, incluindo militares que um ano depois viriam a participar na Revolução dos Cravos.
Durante as sessões, ocorreram iniciativas que, mesmo que sem grande êxito, visaram levar ao debate temas cuja abordagem os setores que dirigiram o processo consideravam de excluir naquele espaço concreto, como as formas de resistência à Guerra Colonial, a intervenção dos militares na política, as movimentações estudantis assumidamente antirregime, a organização operária de base e o papel do combate cultural para a fragmentação do regime.
Os debates que antecederam e integraram o Terceiro Congresso da Oposição Democrática, onde no último dia tentaram ainda participar grupos de jovens esquerdistas interessados em debater a guerra, e estiveram também presentes militares que em breve viriam a estar associados ao MFA, resultaram de preocupações sociais e políticas bem reais, e alimentaram, de alguma forma, as condições subjetivas e objetivas que estiveram na origem da queda do regime.
A brutal repressão policial que no último dia se abateu sobre a manifestação popular que desceu a Avenida Lourenço Peixinho confirma o receio que o regime estava a sentir perante essa dinâmica.
A Declaração Final do Congresso aprovou como “objetivos imediatos, possíveis de atingir através da acção unida das forças democráticas, são: fim da Guerra Colonial; luta contra o poder absoluto do capital monopolista; conquista das liberdades democráticas”.
Fonte: Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de Abril