040521155005aebdb949fb46d26473a5f634e2c7c4492a06f7ac
GNR Guarda Nacional Republicana - Jornal do Centro
GNR Viseu - Apreensão 27
WhatsApp Image 2025-05-28 at 115107
aluguer aluga-se casas
aluga-se

À procura de vistas de cortar a respiração? Situado na EM326, em…

30.05.25

Quer fazer parte de uma equipa com mais de 20 anos de…

29.05.25

No quarto episódio do Entre Portas, um podcast da Remax Dinâmica em…

28.05.25
vitor figeuiredo
josé antonio santos lamego ps
manuel-marques
rustica padaria viseu
arca
vinho_queijo_pao
Home » Notícias » Diário » As reações à morte de João Luís Oliva

As reações à morte de João Luís Oliva

O editor, professor (mas sempre aluno), e andarilho morreu esta noite aos 68 anos, em Viseu

 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro
24.10.24
fotografia: Jornal do Centro
partilhar
 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro
24.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
pub
 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro

A vida e obra de João Luís Oliva

João Luís Oliva nasceu em Viseu, em 1956, e dedicou a sua vida ao ensino, à investigação e à escrita, com influência na área da História das Ideias. Viveu na sua terra natal até 1970 e regressou em 1987, após ter passado por várias etapas académicas e profissionais. Ao longo da sua carreira, foi professor em diversos graus de ensino, incluindo a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde lecionou até 2005. A sua atuação académica focou-se especialmente na cadeira de “Cultura Portuguesa Contemporânea”, no âmbito do Gabinete de Relações Internacionais dessa faculdade. A par da docência, foi também um investigador prolífico que integrou o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra.

João Luís Oliva distinguiu-se pela sua obra escrita, sendo autor de várias publicações na área da História das Ideias, sempre focado na interseção entre o pensamento, a cultura e a política. Em 1997, publicou “Domínio dos Césares – Ensino do Direito Eclesiástico na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra”, um estudo sobre o papel desempenhado pela Universidade de Coimbra na história das ideias e da cultura em Portugal, durante a transição do século XIX para o século XX. A obra explora o ensino do Direito Eclesiástico, e analisa as relações entre o Estado e a Igreja e entre o poder temporal e o espiritual.

Em 2015, publicou “Artes e Ideias da Desconcentração: Práticas Culturais de Outros Centros”, onde reflete sobre uma política cultural que visa desconcentrar os centros de criação artística e promover a multiplicação de polos culturais, em vez de simplesmente descentralizar o poder cultural existente. Nesse mesmo ano, participou na obra coletiva “Tempo e História. Ideias Políticas. Estudos para Fernando Catroga”, um tributo ao Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, Fernando Catroga, que reúne contributos de vários académicos sobre a História das Ideias e da Cultura nos séculos XIX e XX.

Em 2017, publicou “Acert XL – O Fio, a Trama e a Urdidura”, um livro que assinala os 40 anos da ACERT e da companhia de teatro Trigo Limpo. Esta obra reflete sobre o papel desta instituição no panorama cultural português, e destaca a interação entre o local e o universal, entre o passado e o presente, numa perspetiva que ultrapassa o simples contexto regional.

Além da sua produção académica e literária, João Luís Oliva foi editor, responsável pela editora “A Regra do Jogo”, e jornalista nos anos 80. Participou ativamente na instalação da Fonoteca Municipal de Lisboa, onde atuou como consultor, e colaborou na produção discográfica de figuras marcantes da música portuguesa, como José Afonso e Júlio Pereira. Em conjunto com estes, foi co-autor do “Mapa Etno-musical de Portugal”, uma edição eletrónica promovida pelo Instituto Camões.

João Luís Oliva deixou uma marca indelével no estudo da História das Ideias em Portugal, com um trabalho académico e cultural que contribuiu para o entendimento das relações entre o pensamento, a cultura e a política no contexto português.

Ministra da Cultura manifesta pesar pela morte de João Luís Oliva

A ministra da cultura, Dalila Rodrigues, lamentou a morte de João Luís Oliva, enaltecendo que “contribuiu para o entendimento das relações entre o pensamento, a cultura e a política”.

“Reconhecido pelo seu espírito crítico, foi defensor da inclusão pela cultura e da desconcentração dos espaços de criação artística. A cidade de Viseu deve muito à atividade e ao pensamento de João Luís Oliva”, escreveu a ministra, lamentando a morte do encenador e expressando condolências aos seus familiares e amigos. 

Voto de Pesar, anunciou câmara de Viseu

O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, lamentou a morte de “um homem que se dedicou à cultura local e a uma organização que é respeitada por toda a gente, a ACERT, e é de lamentar”.

Fernando Ruas adiantou que, na próxima reunião do executivo municipal, será apresentado um voto de pesar.

Também os vereadores do PS na Câmara de Viseu, numa nota enviada à agência Lusa, lamentaram a partida do “homem da inquietude e do pensamento” que “dizia sempre a todos que era o ‘sempre aluno’ e a melhor homenagem a prestar é continuar a sua obra, senti-la e divulgá-la”.

PS lamenta a morte do “homem da inquietude”

Através de um comunicado, os vereadores do PS expressam condolências à família, amigos e todos que tiveram o prazer de provar com o editor, e professor e “sempre aluno”.

Intitulam João Luís Oliva como o “homem da inquietude e do pensamento”, afirmando que a maior homenagem a ser feita “é continuar a sua obra, senti-la e divulgá-la”.

“Vivi tudo e mais alguma coisa com ele (…) que até me convenci que ele era imortal”

Júlio Pereira fala de João Luís Oliva como uma pessoa que nunca viu queixar-se. “O João Luís não era meu amigo, era meu irmão. Há 40 anos vivi tudo e mais alguma coisa com ele, e de tal modo que até me convenci que ele era imortal. Estamos a falar de uma pessoa com sete cancros diagnosticados ao longo de 20 anos, e foi uma pessoa que nunca vi queixar-se”. O músico e compositor recorda o amigo como a única pessoa que conheceu “que acordava sempre com um sorriso e que transmitia aos outros de tal modo”, que muitas vezes o “punha a cantar logo ao pequeno almoço”.

Júlio assume que ainda custa a aceitar a morte do amigo, apesar de “isto ser esperado”, e nas últimas semanas ter ido a Viseu para estar com ele. “Já era uma situação que se estava a tornar pesada porque somos testemunhas, no fundo, do sofrimento em que ele estava. O João Luís era a melhor coisa do mundo”.

 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro

“Ele repetia várias vezes que o mais importante era a vida e não a vidinha”

Teresa Cordeiro, amiga de João Luís Oliva há mais de quarenta anos, lembra-o como “a pessoa que promovia sempre grande envolvimento com as pessoas, com a comunidade e isso traduzia-se numa grande elevação intelectual e de estima pelas pessoas. Era uma estima que é própria das pessoas grandes”.

A historiadora afirma que será “sempre daquelas pessoas que não morrem. Permanecerá por cá entre aquelas que realmente o estimam”.

Teresa sente-se honrada por ter feito parte do grupo de amigos de João Oliva e recorda-o como o elemento que a “puxava sempre para aquilo que era essencial. Dizia-me para não nos perdermos nas pequenas coisas que não são importantes. Ele repetia várias vezes que o mais importante era a vida e não a vidinha”.

Joaquim Alexandre Rodrigues relembra o amigo com um dos seus poemas

“Não houve ninguém que tivesse escrito a ACERT tão bem quanto ele”

Na ACERT, José Rui Martins recorda o escritor como “um plantador de afetos, de amigos, de amizades, e de uma forma particular de lucidez e inteligência. Tinha um olhar para além do nosso olhar”. O ator e encenador compara João Luís Oliva à luz: “Ontem quando vinha para casa dele, vinha a pensar e lembrei-me que ele era como uma luz que está no teto, uma luz onde os amigos são borboletas, e quando a recebemos, nós somos borboletas que andamos à volta. Quem se deixam fascinar por ela, não pode viver sem ela”.

José Rui enaltece a escrita de João Oliva: “Ele foi quem melhor escreveu a ACERT. Não houve ninguém que tivesse escrito a ACERT tão bem quanto ele”.

“Foi uma referência, não só a nível local, mas também nacional”, relembra Telmo Ribeiro

A relação umbilical de João Luís Oliva com a ACERT

A Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) também prestou a sua homenagem ao professor nas redes sociais com um texto escrito nos 35 anos da ACERT e atualizado pelo mesmo em 2022.

 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro

As reações nas redes sociais

pub
 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro

Outras notícias

pub
 As reações à morte de João Luís Oliva - Jornal do Centro

Notícias relacionadas

Procurar