Ativistas em Viseu apelam a protesto contra equipa israelita na Volta a Portugal

A participação da equipa israelita Israel Premier Tech na Volta a Portugal em Bicicleta, que chega ao distrito de Viseu na próxima segunda-feira (11 de agosto), está a ser contestada por várias plataformas de ativistas acusam a equipa de ser um instrumento de propaganda de Israel.

Como forma de protesto, vai ser realizada uma manifestação junto à Rotunda Cibernética, em Viseu (perto da meta da quinta etapa na Avenida da Europa), a partir das 16h00, numa ação convocada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente.

Em comunicado, as associações que aderem à ação dizem que a participação da Israel Premier Tech na prova-rainha do ciclismo nacional “é uma mancha na festa da Volta a Portugal”.

Os movimentos denunciam o facto de um dos proprietários da equipa israelita ser o multimilionário israelo-canadiano Sylvan Adams, que, dizem, “apoia o genocídio que o governo israelita está a cometer há quase 2 anos em Gaza onde já assassinaram mais de 67.000 palestinianos, a maioria mulheres e crianças”.

Os ativistas acusam ainda Sylvan Adams de “assumir que a equipa tem o propósito de lavar a imagem do Estado sionista”. “Um outro coproprietário da equipa confessa tratar-se de ‘diplomacia desportiva’”, acrescentam.

Os movimentos defendem, por isso, que a equipa israelita “não é bem-vinda a Viseu e a Portugal” e recordam que já houve protestos contra a sua presença em outras provas de ciclismo como o Giro de Itália, o Tour de France e a Vuelta de Espanha.

“A União Ciclista Internacional, que junta as confederações nacionais de ciclismo, suspendeu as equipas russas e bielorrussas de todas as suas competições a seguir à criminosa invasão russa da Ucrânia. Exige-se o mesmo tratamento com a equipa israelita que é assumidamente um instrumento da propaganda israelita para branqueamento dos seus crimes de limpeza étnica, ocupação, colonização com um regime racista (de ‘apartheid’), de brutal repressão, com mais de 10 mil presos políticos (uma grande parte sem culpa formada), humilhações diárias, torturas, assassinatos e mais de 20 massacres, desde há, pelo menos, 77 anos, a culminar no atual genocídio em Gaza”, explicam.

O conflito que se prolonga há décadas no Médio Oriente foi agravado com a guerra entre Israel e o grupo palestiniano Hamas, que teve início a 7 de outubro de 2023. Em Israel, foi agora aprovado um novo plano que inclui uma ocupação militar da cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza.