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O presidente da Câmara de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, defende a criação de uma taxa turística para quem passa de cruzeiro pela região do Douro.
O tema da taxa turística está agora na ordem do dia. Esta terça-feira (6 de agosto), Viana do Castelo começou a cobrar a sua própria taxa aos turistas, que vão passar a pagar 1,50 euros na época alta e 1 euro na época baixa.
Também outros municípios como Setúbal, Oeiras e Caminha vão ou já passaram a fazer o mesmo, replicando uma medida que já existe em Lisboa, onde a taxa vai aumentar em setembro.
A ideia de Manuel Cordeiro foi reforçada numa “Enquanto continuamos a olhar para o lado, os viticultores vão perdendo capacidade financeira e o território vai ficando desertificado” recentemente dada ao Jornal do Centro, onde o autarca de São João da Pesqueira disse que tinha proposto a ideia da taxa turística nos últimos anos, mas sem sucesso. “Já coloquei esta possibilidade a governos anteriores e a várias entidades, mas tudo caiu em saco roto”, afirmou.
O responsável recordou ainda que as paisagens do Douro têm sido mantidas pelos viticultores da região que, lembrou, estão a passar por dificuldades.
“Defendo há muito tempo a criação de uma taxa turística para o turismo fluvial de cruzeiros no Douro, que deliciam as vistas e usufruem de paisagens que são criadas e mantidas por estes viticultores que atravessam dificuldades. Falamos em pessoas que pagam milhares de euros para fazerem cruzeiros e facilmente pagariam um ou dois euros”, realçou.
Manuel Cordeiro também falou da crise na região demarcada do Douro, onde a produção de vinho foi Douro corta na produção de vinho do Porto para 90 mil pipas, uma decisão contestada pelos viticultores da zona que Viticultores do Douro dizem ter “batido no fundo” e prometem sair à rua em força.
O autarca de São João da Pesqueira reiterou que os produtores têm perdido rendimentos ao longo dos anos. “Tenho vindo a alertar para esta situação e o que verificamos é que este ano batemos no fundo. A situação agravou-se porque o viticultor tem vindo a perder rendimentos, tem vendido as uvas cada vez mais baratas e este ano chegámos ao cúmulo de haver viticultores que nem sequer têm onde colocar as uvas”, lamentou.
Manuel Cordeiro alertou também que a região merece um “verdadeiro reconhecimento” pelo facto de ser um território que “tanto deu e tanto dá ao país”.
O presidente da Câmara de São João da Pesqueira salientou ainda que os governos e as instituições com poder de decisão deviam ter resolvido os problemas que persistem “há anos” no Douro e defendeu que a região só deveria “produzir qualidade e não quantidade, ou seja, vinho do Porto e vinhos DOC Douro e não vinhos de mesa”.
A entrevista completa a Manuel Cordeiro está disponível na edição impressa e “Enquanto continuamos a olhar para o lado, os viticultores vão perdendo capacidade financeira e o território vai ficando desertificado” .