O antigo deputado Hélder Amaral é a escolha do CDS para liderar a candidatura à Câmara de Viseu nas próximas autárquicas de 12 de outubro. O nome foi avançado no Conselho Nacional do partido que se realizou na noite de segunda-feira e que aprovou candidatos e cerca de uma centena de coligações autárquicas.
“O CDS tem responsabilidades históricas em Viseu. O concelho só foi governado por três presidentes da Câmara do CDS e três do PSD, sendo que o dr Fernando Ruas esteve 30 anos à frente dos destinos da cidade. Isto significa que o CDS não pode, nem deve, deixar de estar presente neste ato eleitoral. Sempre esteve e continuará a estar”. Foi assim que o candidato apresentou, ao Jornal do Centro, as razões da sua candidatura, destacando que os eleitores vão ter de fazer uma escolha entre o passado e “quem quer despertar a ambição adormecida dos viseenses”.
Hélder Amaral destacou já três das prioridades às quais quer dar ênfase na sua candidatura. São elas a Rua Direita, o ensino superior e a Feira de S. Mateus.
“Apresentamos candidatura porque acreditamos numa cidade feita pelos seus comerciantes, pela sua história viva. Basta olhar para a Rua Direita. O coração da cidade está parado. A cidade não deu o salto, regrediu. O mesmo se aplica à luta pela Universidade Pública em Viseu. O CDS esteve na génese dessa proposta. O mesmo PSD que a defendeu, deixou-a cair. E tirando exceções como Almeida Henriques, a quem reconheço o mérito, ninguém conseguiu retomar esse projeto de forma séria”, disse. O candidato centrista foi ainda mais longe e lembrou o legado do ex-autarca de Viseu como exemplo: “Conceitos como cidade-região, valorização da marca “Viseu”, ensino superior, inovação, fixação de investimento, smart cities… tudo isto foram ideias que morreram com Almeida Henriques e que nós queremos recuperar”.
Já sobre a Feira de S. Mateus, o candidato é taxativo em afirmar que ela tem de terminar a 21 de setembro, dia do município. “
Ainda a preparar a lista, Hélder Amaral admitiu que a coligação com o PSD para a autarquia de Viseu foi ponderada, mas não avançou. “Respeitamos a vontade”, sustentou.
“Vamos fazer o que sempre fizemos, que é apresentar um conjunto de ideias para uma cidade moderna, jovem, atualizada no tempo e com ambição de futuro”, repetiu o candidato que tem Francoisco Mendes da Silva como mandatário.
Segundo Hélder Amaral, as propostas em cima da mesa para as próximas autárquicas são entre “mais do mesmo ou muito pior do mesmo” ou “de quem se apresenta pela segunda vez e não se conhece uma ideia”. “Nós queremos dar o salto qualitativo na afirmação da cidade de Viseu como cidade da região. Na afirmação do vinho como um fator diferenciador da região do Dão e da cidade enquanto capital do vinho. Numa capital de cultura. Queremos trazer uma visão jovem de futuro ao concelho. Queremos contribuir com ideias de que é possível fazer mais e melhor do que foi feito até agora”, resumiu.
O candidato fez também questão de referir que a “cidade deve um agradecimento a Fernando Ruas (atual autarca e recandidato pelo PSD) porque não estragou o essencial do legado que o CDS deixou”. “Vou dar um exemplo: a Avenida Europa, uma ideia do engenheiro Engrácia Carrilho (CDS). E é isto que o CDS não quer perder. É a capacidade de ver muito mais longe, de puxar pela cidade e compará-la com as melhores da Europa, as melhores do mundo. E não ficar apenas na frase ´levar o Rossio às aldeias´”.
Sobre os objetivos, o candidato admitiu que gostava de ser eleito vereador “para poder ser voz própria destas ideias”.
“Fazer edifícios é fácil. Fazer uma gestão do autarquia tipo ´Bob, o construtor´ é fácil. Agora, fazer uma gestão autárquica colocando o betão no meio das pessoas e não as pessoas no meio do betão é um bocado difícil”, disse, concluindo que “sempre que o CDS governou Viseu, o concelho deu saltos qualitativos e quantitativos”
“Temos uma visão estratégica, que queremos recuperar e renovar. Tendo em conta esse contexto histórico, o CDS tinha de dizer presente”, rematou.
Hélder Amaral é dos dirigentes do Partido que mais vezes esteve à frente de uma Distrital, trajeto que começou nos anos 90 e órgão para o qual foi novamnete eleito no final do ano passado. Foi deputado na Assembleia da República durante cinco legislaturas. Foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, entre 24 de setembro de 2012 e 26 de outubro de 2019, altura em que abandonou todos os cargos políticos e partidários na sequência dos resultados eleitorais que o partido obteve nesse ano nas Legislativas. Integra, atualmente, o gabinete do Ministro das Infraestruturas e Habitação, com a pasta dos transportes.
Para a Câmara de Viseu estão já anunciadas as candidaturas de João Azevedo (PS), Leonel Ferreira (CDU), Hélio Marta (IL) e Bernardo Pessanha (Chega).
