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O presidente da Câmara de Resende disse hoje estar “completamente desiludido” com a política, após incumprimento de promessas do Governo do seu partido (PS), não construindo uma estrada essencial para inverter a perda de população do concelho.
“Completamente desiludido e desinteressado. Vou sair, porque já fiz os três mandatos, mas também não me candidataria. E até ao final do mandato vou cumprir com as minhas obrigações, mas não vou andar em campanha nem nada da política”, afirmou à agência Lusa Garcez Trindade.
Em causa, acrescentou, está “o incumprimento da promessa feita pelo governo socialista”, o seu partido, pelo qual foi eleito, e que tem maioria no Município de Resende há 24 anos, sobre a construção de uma estrada, de sete quilómetros, entre Baião e a ponte Ermida.
Garcez Trindade explica desta forma a perda de população e, consequente perda de mandatos no executivo municipal, que passa de sete para cinco vereadores, uma vez que ficou abaixo dos 10 mil eleitores.
A 22 de fevereiro, o Jornal do Centro noticiava que a autarquia de Resende poderia perder dois vereadores nas próximas eleições autárquicas, tendo em conta o número de habitantes recenseados que passou dos 10 138 em 2021 para os 9 630 a 31 de dezembro de 2024, como consta base de dados central do recenseamento eleitoral e publicados pelo Ministério da Administração Interna no Diário da República
Segundo o Jornal de Notícias (JN) de hoje, há quatro concelhos que, por perda de população, diminuem o número de mandatos – Alcácer do Sal (distrito de Setúbal), Amarante (Porto), Melgaço (Viana do Castelo) e Resende (Viseu), que passa de 10.106 para 9.637 eleitores.
Para o presidente da Câmara “a falta de acessos” ao concelho “é o grande entrave” para a atração de pessoas e da indústria e o incumprimento daquela promessa “continua a deixar Resende abandonado”.
A redução do número de membros do executivo municipal é mais “uma penalização para o concelho. Funciona tudo ao contrário. Resende não tem tido hipótese nenhuma de desenvolvimento, porque não tem vias de acesso decentes. As que temos são estreitas e a que foi prometida olhe!…”, reforçou.
Para Garcez Trindade, o incumprimento desta promessa deixou Resende “sem ligações, afastado das principais vias, porque por essa estrada depressa se estaria na A4 e seria possível atrair empresas, indústria e pessoas, assim não, claro”.
“Temos uma única indústria, de engarrafamento de água, porque temos água na serra, se não nem isso teríamos, porque ou passa um camião ou os carros. A via não dá para os dois ao mesmo tempo”, afirmou.
Em Resende, a principal atividade é a agricultura, principalmente a cereja, e os serviços, “porque não é possível ter mais nada”, sustentou.
O autarca, que já tinha admitido à agência Lusa, em novembro do ano passado, que se sentia abandonado pelo PS, sublinhou que “o princípio de uma boa gestão política é a integridade, portanto, se prometeu cumpre e se não pode cumprir, não promete”.
“Prometer, eventualmente, com objetivos eleitoralistas e depois não cumprir é horroroso, é desprestigiante, é tudo, é o pior que pode acontecer” perante uma comunidade municipal ou nacional, conclui Garcez Trindade.