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Francisco Cortez Vaz
O cancro da mama é a neoplasia maligna mais frequente nas mulheres e representa a principal causa de morte por cancro no sexo feminino, sendo também o tipo de cancro com maior incidência no mundo, com mais de 2 260 000 novos casos por ano. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 6 000 novos casos anualmente.
A prevenção é fundamental na abordagem do cancro da mama, uma vez que existe uma ligação comprovada entre o estilo de vida e o risco de desenvolver a doença. Esta envolve a adoção de medidas antecipadas que visam evitar situações de risco e promover uma vida mais saudável. Existem três tipos de prevenção: prevenção primária, secundária e terciária.
A prevenção primária consiste em reduzir o aparecimento da doença, eliminando ou controlando as suas possíveis causas. Estes dividem-se em modificáveis e não modificáveis, embora esta distinção não seja absoluta, já que alguns fatores modificáveis têm origem genética. No caso do cancro da mama, não existe um único fator de risco determinante, mas sim uma combinação de vários elementos que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.
Entre os fatores de risco modificáveis, sobre os quais podemos atuar, estão o uso de hormonas sintéticas (contracetivos ou terapêutica hormonal), a obesidade, o consumo de álcool e tabaco, fatores reprodutivos e a falta de atividade física.
Por outro lado, fatores não modificáveis — como a idade, o sexo, a raça, as hormonas naturais (produzidas pelo organismo), a densidade do tecido mamário, a idade da primeira menstruação e da menopausa, a fertilidade, a genética e os antecedentes pessoais ou familiares de doenças mamárias — não podem ser alterados.
Assim, reduzir fatores de risco modificáveis, adotar hábitos saudáveis e, em casos de risco genético elevado, considerar medidas preventivas específicas, como mastectomia profilática (remoção preventiva de tecido mamário) ou quimioprevenção, constitui a base da prevenção primária.
A prevenção secundária visa diagnosticar em fases assintomáticas, com objetivo de atrasar a progressão de uma patologia já existente. A evolução das técnicas diagnósticas e a implantação de programas de deteção precoce, utilizando a mamografia ou tomossíntese, têm permitido identificar lesões em estadios iniciais, possibilitando tratamentos menos agressivos e com melhores resultados, contribuindo para uma melhor qualidade de vida das doentes.
Já a prevenção terciária engloba todas as condutas para prevenir, reduzir e adiar as complicações ou sequelas da doença, tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida das doentes e facilitar a sua reintegração social, familiar e profissional. No caso do cancro da mama, esta fase foca-se na gestão dos efeitos tardios dos tratamentos, que variam consoante o tipo de cirurgia e terapias complementares realizadas. Entre as complicações mais frequentes estão o linfedema do membro superior, a osteoporose, a falência ovárica e os sintomas associados à menopausa. No caso de tratamentos sistémicos, como a quimioterapia, podem também surgir alterações das unhas e alopécia residual (queda de cabelo).
Em resumo, a prevenção, os exames de diagnóstico e o acompanhamento contínuo são essenciais para detetar precocemente o cancro da mama, gerir tratamentos e reduzir complicações. Unidades especializadas na patologia garantem que as doentes recebem cuidados integrados e personalizados, assegurando uma abordagem completa e eficaz em todas as fases da doença e melhorando a sua qualidade de vida.
Francisco Cortez Vaz, Coordenador da Unidade da Mama do Hospital CUF Viseu
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