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Carnaval: A um “Paço” do Rossio, Canas de Senhorim celebrou a festa maior

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 Carnaval: A um “Paço” do Rossio, Canas de Senhorim celebrou a festa maior - Jornal do Centro
21.02.23
fotografia: Jornal do Centro
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 Carnaval: A um “Paço” do Rossio, Canas de Senhorim celebrou a festa maior - Jornal do Centro
21.02.23
Fotografia: Jornal do Centro
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 Carnaval: A um “Paço” do Rossio, Canas de Senhorim celebrou a festa maior - Jornal do Centro

Até a chuva deu tréguas a Canas de Senhorim para que nesta terça-feira, 21 de fevereiro, dia de Carnaval se assistisse a um dos mais típicos desfiles do distrito. Por ali há dois bairros que se digladiam, sempre de forma saudável, pela atenção, pelos aplausos e pelos gritos de apoio.

Os bairros do Rossio e do Paço (ou do Paço e do Rossio para que não se pense que torcemos por algum deles) estiveram com os seus trajes, cores e cânticos num longo desfile que esta tarde animou a freguesia do concelho de Nelas.

Bem antes de se chegar ao local onde os bairros desfilam já ao longe se ouve o cântico do bairro do Paço. “Eu sou do Paço, sou do casal. Eu sou das minas de Portugal, sou a vida, sou imortal, sou a alma do Carnaval”.

Além do som forte que a coluna permite escutar a vários metros de distância, começa a ver-se ao fundo um mar de gente que acorre ao largo da Igreja. E o cheiro das farturas e dos bolos tradicionais fazem antever que é por ali que o povo se vai juntar.

Nas colunas, o samba não entra. E de quando em vez escutam-se os pedidos de gritos de apoio. É o Paço quem desfila nesta altura. Sofia não é uma filha da terra, mas adotou o espírito do bairro do Paço há alguns anos. “Estar pelo Paço é uma emoção muito grande. Só mesmo quem desfila é que consegue sentir”, assegura.

O apoio ao Paço é dado por Sofia e mais três mulheres, todas das mesma família. “É uma enorme rivalidade, por isso este desfile é único”, garante Sofia que deixa entender que os bairros têm semelhante população. E à pergunta: “quem tem ganho o desfile nos últimos anos?”, a resposta é perentória. “O Paço. É sempre o Paço porque nós somos melhores”, refere a apoiante.

E enquanto Sofia tenta encontrar justificação para ter escolhido desfilar pelo bairro do Paço, a amiga Carla, interrompe e diz que “o Paço ganha na emoção”. “Somos mais bairristas, espontâneos e temos um desfile mais emotivo”, justifica.

Entre vários mascarados com as princesas da Disney a marcar presença e um ou outro Super Mário e o irmão Luigi que surge no meio da multidão, chega ao fim o desfile do Paço. Agora é a vez do Rossio.

No meio do desfile, destaca-se um carro alegórico com um helicóptero. As varandas enchem-se de pessoas e os apoiantes colocam bandeiras para mostrar que ali mora o amor ao bairro.

Quanto às letras, essas, quem vive o Carnaval sabe-as de trás para a frente. ‘Rossio és o bairro com mais brio de Canas de Senhorim”, pode ouvir-se ao longo do desfile. E a rivalidade é tal que todos os motivos são bons para lembrar que aquele bairro é melhor do que o outro. “E se esta terra tu quiseres deixar, até o comboio aqui tens de apanhar”, pode ouvir-se no desfile do Rossio.

A tarde avança em Canas de Senhorim e os sítios de “comes e bebes” não têm mãos a medir. E até numa das barracas de finos e cerveja se vê que, por ali, o amor ao bairro é vivido de forma intensa. Ao balcão alguém diz que “a música do Rossio é sempre a mesma”. De pronto outro alguém responde, “deixe lá que no Paço…”.

Imune a esta rivalidade e apenas a querer sentir a festa, garante-nos, está José António vendedor de farturas, bifanas e cachorros. Conta-nos que vem ao Carnaval de Canas de Senhorim há quatro anos. “Este é um Carnaval diferente porque é vivido muito taco a taco com a gana das pessoas de cá. É a força das pessoas, mesmo”, frisa. “Tenho feito outros carnavais no distrito e, para mim, o de Canas de Senhorim é dos melhores”, assegura.

Sem conseguir escolher qual dos bairros prefere, José António diz que “ambos são bonitos e o que interessa é a satisfação das pessoas”. Adepto do Carnaval, confessa que costuma usar umas “coisas mais ligeiras, porque a máscara já a uso todo o ano”. “Mascaro-me com a pele que Deus me deu. De trabalhador”, sublinha.

Apressada para chegar a tempo de se juntar ao grupo do Rossio, Filipa Tavares está trajada a rigor. Vai fazer parte do cortejo pelo bairro que agora se mostra aos populares. “Claro que quem tem ganho é o Rossio. Obviamente. É sempre o melhor nos trajes, nos carros, no empenho. Nós temos sempre a noção de que é o nosso bairro que ganha, mas, de facto, o Rossio tem um desfile muito superior ao do Paço”, avança.

Depois do bairrismo, o reconhecimento. Para Filipa Tavares, ambos os bairros são importantes neste Carnaval. Aliás, para esta marchante, esse é o segredo do Carnaval de Canas de Senhorim.

“Ser do Rossio é senti-lo desde pequenos, exatamente como no caso das pessoas do Paço. Temos de ser honestos. Canas vive da rivalidade entre os dois bairros e o Carnaval é grande por isso. Nós, em cada bairro, puxamos pelo que é nosso. Viva o Rossio. O Rossio sem o Paço não existia e o contrário também não. O importante é que os dois bairros se mantenham empenhados. Somos o mais antigo Carnaval do país, o mais português”, detalha.

E agora o som da festa é tocado aos versos do bairro do Rossio. Serpentinas e confettis fazem parte da paisagem que não teve chuva, ao contrário do que previa a meteorologia. A chuva deu tréguas e Canas de Senhorim avançou para rua. O objetivo cumpriu-se e a rivalidade saiu à rua. A história conta que o bairro do Paço era habitado pelos mais endinheirados, enquanto que no do Rossio moravam as classes mais pobres. E o Carnaval por ali acontece há mais de quatro séculos.

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