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Mais de uma centena de pessoas plantaram esta tarde em Vouzela cerca de 500 carvalhos, numa ação de reflorestação de uma das zonas que foi devastada pelos incêndios de 2017. Uma iniciativa que deixa sementes para o futuro, não só na reflorestação do local, como também na preservação de um ecossistema mais resiliente numa zona onde a desertificação populacional é uma realidade.
Alunos de escolas do concelho, jogadores do Clube Desportivo de Tondela (CDT) e do Académico de Viseu, sapadores florestais, autarcas e representantes da Fundação do Futebol/Liga Portugal e da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões foram os participantes nesta iniciativa que deixou na Mata do castelo 500 carvalhos- alvarinhos.
Segundo o presidente da Câmara de Vouzela, Carlos Oliveira, a plantação ocorreu numa área inserida nos mais de 40 hectares da mata do Castelo, em plena Rede Natura 2000 e no Parque Natural Local Vouga-Caramulo.
“Queremos continuar a dar vida para termos mais atrativos num território de baixa densidade. Queremos que as pessoas venham e sintam o valor paisagístico da floresta como um ativo do nosso concelho”, frisou o autarca.
A escolha da espécie prendeu-se com a sua resiliência: “demora mais tempo a crescer, mas é muito mais resistente ao atravessamento dos incêndios. Tivemos diversas áreas de carvalho e de castanheiro que foram atravessadas pelos incêndios que recuperaram mesmo depois de ardidas e estão completamente vivas nesta altura”.
Martim Lourenço, aluno do 10.º ano, foi um dos voluntários e recordou os momentos de “muita tensão” vividos pela sua família nos incêndios de 2017.
“Não conseguíamos dormir porque havia a preocupação do fogo. A minha avó e o meu tio tinham terras que foram muito afetadas. Tiveram de vir para nossa casa para não acontecer o pior”, contou aos jornalistas.
Por isso, hoje quis dar o seu contributo para melhorar o que as chamas destruíram.
“A natureza é das coisas mais importantes, porque sem ela não conseguimos viver”, frisou.
Já o secretário executivo da CIM (Comunidade Intermunicipal), Nuno Martinho, explicou que esta ação de reflorestação se insere no âmbito da consolidação do projeto europeu Life Nieblas. Recordou que desde os incêndios de 2017 a CIM tem seguido “uma estratégia conjunta de valorização, resiliência e gestão sustentável da floresta”, em parceria com os municípios, o ICNF e outros agentes do território.
O responsável destacou a presença de cerca de 100 participantes e da importância da iniciativa. “Sabemos que o desporto mobiliza e inspira. Hoje, para além de plantar árvores, quisemos plantar exemplo e liderança social, chamar a comunidade para uma causa que é de todos”, relembrando que a CIM realiza atividades de reflorestação ao longo de todo o ano, em vários municípios, e assim vai ser em janeiro.
O “capitão” do CDT, Bebeto, foi um dos jogadores que fez questão de estar presente, por considerar que a solidariedade é importante para atingir os objetivos, não só no que respeita ao futebol, mas também ao meio ambiente.
“Eu faço a minha parte, os meus amigos fazem a dele e todos juntos nós seremos mais fortes. Neste ambiente aqui é muito importante essa união de todos, cada um faz o seu papel e todos vão ser beneficiados”, disse.
Também o “capitão” do Académico de Viseu, Luís Silva, que hoje plantou uma árvore pela primeira vez, sublinhou a importância de os clubes se associarem a este tipo de iniciativa.
“O Académico é mais do que um clube de futebol, representa uma região e nós temos a responsabilidade de estar presentes nestas ações, de ajudar a comunidade”, considerou.
Também presente esteve Rúben Lopes, piloto, e que bem conhece a Mata do Castelo pelas inúmeras provas que ali já realizou. “O público português já é reconhecido mundialmente, posso dizer isso, pela maneira como deixam o sítio onde vêm os traçados de rally e deixam-no exatamente da mesma maneira que o encontraram, e muitas vezes até melhor. Existe já uma conciliação muito grande no nível do desporto automóvel também para esta parte da necessidade de reflorestarmos porque a floresta é o nosso maior património”, salientou.