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O Centro de Artes do Espetáculo de Viseu (CAEV), entidade que gere o Teatro Viriato, associa-se às comemorações do 80.º aniversário de Ricardo Pais, figura maior do teatro português, cuja carreira se distinguiu pela ousadia estética, reinvenção de clássicos e pela constante ligação entre tradição e modernidade.
Encenador, dramaturgo e académico, Ricardo Pais é reconhecido como um dos grandes pensadores do teatro contemporâneo, influenciando sucessivas gerações de criadores e públicos. O seu percurso cruza-se profundamente com a história do Teatro Viriato: em 1985, apresentou na sala, então em ruínas e encerrada há 25 anos, a peça Teatro de Enormidades Apenas Críveis à Luz Elétrica, inspirada em textos de Aquilino Ribeiro. Esse momento simbólico marcou o início do processo de reabilitação do espaço, que viria a ser reinaugurado em 1999, sob direção de Paulo Ribeiro, com uma remontagem do espetáculo Raízes Rurais, Paixões Urbanas, de autoria de Ricardo Pais.
Nascido em 1945, em Maceira-Liz, Leiria, o encenador formou-se em Londres, no Drama Centre, e iniciou a sua carreira em 1975 com A Mandrágora, de Maquiavel. Desde então, encenou mais de 50 espetáculos, abordando autores portugueses como Fernando Pessoa, Gil Vicente ou Almeida Garrett, e nomes centrais da dramaturgia universal, como Shakespeare, Molière ou Ionesco. A sua biografia sublinha, no entanto, que sempre preferiu definir-se como “encenador de música”, reconhecendo na música um motor de libertação do imaginário cénico.
Para além da criação artística, Ricardo Pais assumiu funções de gestão cultural, tendo dirigido a Área Urbana, o Fórum Viseu, o Teatro Nacional D. Maria II (1989-1990) e, mais tarde, o Teatro Nacional São João (1996-2009). Recentemente, foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Em comunicado, o CAEV sublinha a importância de assinalar esta data simbólica, lembrando a “vida dedicada ao serviço da cultura” de Ricardo Pais. Para a instituição, celebrar os 80 anos do encenador é também celebrar “um legado que continua a inspirar artistas, público e instituições em Portugal e além-fronteiras”.