No coração verde do concelho de Viseu, Côta é uma aldeia onde…
No Centro de Alto Rendimento da Anadia reuniram-se hoje as vozes que…
Promovido pela Turismo Centro de Portugal, o evento começou com o que…
O Agrupamento de Escolas Gomes Teixeira, em Armamar, recebe até quinta-feira (5 de junho) oficinas de microbiologia num programa pioneiro em Portugal para crianças do primeiro ciclo.
O projeto, que junta ciência, criatividade e cidadania ativa e que arrancou na segunda-feira (dia 2), promove a literacia científica desde os primeiros anos de escolaridade e aborda uma das áreas “mais presentes e invisíveis” do dia-a-dia e que está presente na saúde, alimentação, agricultura e até no corpo humano.
“Este programa pretende mudar esse cenário: tornar visível o invisível, aproximar a ciência dos alunos com rigor e liberdade criativa, fomentar a literacia científica desde cedo, desafiar estereótipos e abrir caminho a novas possibilidades — pessoais, educativas e, quem sabe, profissionais”, sublinha a organização.
Nas oficinas, integradas no currículo escolar, as crianças descobrem o que são as bactérias, onde estas vivem e porque são tão importantes à vida no planeta, através de experiências práticas e atividades de observação, criação e partilha.
Cada oficina inclui momentos de experimentação, jogos científicos e criação de “bactérias de estimação”, culminando com momentos de apresentação entre pares.
As atividades pretendem fazer com que os alunos adquiram competências como a curiosidade científica, o pensamento crítico e criativo, a comunicação e a tomada de decisão com base em evidência.
“Como antiga aluna desta escola, sei bem o que significa crescer longe dos grandes centros — e o quanto pode fazer a diferença termos alguém que nos diga: ‘tu também podes ser cientista’. A microbiologia é uma lente perfeita para esse despertar: está presente em todas as esferas da vida — na saúde, na alimentação, na agricultura, no ambiente — e ajuda-nos a perceber como tudo está interligado”, diz Raquel Branquinho, cientista e mentora das oficinas.
A especialista recorda ainda que já se está a viver “o que a Organização Mundial da Saúde já classifica como uma pandemia silenciosa — o aumento global de bactérias resistentes a antibióticos, uma das maiores ameaças à saúde pública nas próximas décadas” e que, por isso, “falar de microbiologia com os mais novos é também falar de futuro: de escolhas informadas, de responsabilidade coletiva e de cidadania científica ativa”.
A iniciativa foi desenvolvida nos últimos três anos com alunos do 4.º ano. Este ano, o programa é alargado a todas as turmas do primeiro ciclo de Armamar.
“Queremos que a nossa escola seja um espaço onde se aprende com sentido, onde se desafiam ideias feitas e se constroem caminhos novos. Esta oficina é um exemplo concreto de como podemos integrar a microbiologia no currículo de forma criativa, rigorosa e próxima dos alunos. É assim, com ciência acessível e experiências transformadoras, que construímos uma escola que dá a todos as mesmas oportunidades para descobrir, pensar e sonhar”, afirma Joaquim Duarte, diretor do Agrupamento Gomes Teixeira.
O trabalho desenvolvido nestas oficinas será apresentado na terceira edição da Noite Europeia dos Investigadores em Ambientes Rurais, em Armamar, onde os alunos vão partilhar os seus projetos.