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São João da Pesqueira foi palco da gravação “Desamor”, uma série sobre violência doméstica, baseada em factos reais. Desde a produção à realização a obra conta com o envolvimento dos habitantes da vila pesqueirense.
A série de ficção sobre violência doméstica surgiu da iniciativa da Associação Pesqueira Amiga, inserida no programa “Desamor – Quebre o Ciclo”, tendo sido realizados workshops e conversas com habitantes do concelho que deram o seu testemunho. “Desamor” conta a história de diversas mulheres que sofrem de violência doméstica, de vários estratos sociais, numa aldeia do Interior de Portugal.
Elsa Matias, psicóloga e gestora do projeto, referiu que as gravações da série têm vindo a sensibilizar a população para o tema, sendo esse um dos objetivos com a sua realização. “O nosso objetivo com o projeto seria de caráter preventivo, de empoderar as mulheres e dar-lhes ferramentas para tentarem conseguir identificar os sinais”, explica.
Para a gestora, participar na série exige “muita responsabilidade”, por ser “uma realidade muito encoberta e muito difícil de chegar [na vila de São João da Pesqueira]”. Sendo uma série gravada com atores amadores – habitantes da vila –, o guião não é totalmente decorado, “porque cada uma leva as suas vivências e diz o que sente em cada momento”, reforça Elsa Matias.
Guionista de diversas obras cinematográficas nacionais, Lara Morgado é a única fora do concelho a fazer parte do projeto. A guionista fala do projeto como uma “situação absolutamente inédita”, por ser “uma produção integralmente da terra, com pessoas da terra”.
O facto de envolver toda a comunidade da vila duriense torna o projeto diferente de todos aqueles em que já participou. “A riqueza da imperfeição dos atores supera o profissionalismo dos atores, ou a técnica toda. Os trejeitos, a forma de falar. Cada palavra que é dita é extraordinariamente verdadeira e isso vai passar”, conta.
Já a realização da série está entregue a um fotógrafo da vila, Nelson Almeida, que aceitou o convite para gravar a série por considerar “um desafio novo a nível profissional.” Sem experiência na área cinematográfica, o fotógrafo adaptou-se ao formato de forma mecânica. “Quando estamos a ler algo, nós estamos a imaginar todo o cenário e de todos os detalhes nós conseguimos estar envolvidos no guião, porque à medida que lemos o guião, começamos logo a pensar em enquadramentos e todos os detalhes do que queremos filmar”, descreve.
As gravações começaram a 15 de fevereiro deste ano e terminaram em março. A estreia ainda não tem data, mas será em São João da Pesqueira, em formato de filme, com cinco capítulos. O objetivo é levar a série para lá da vila duriense e, com ela, serão realizados debates com a presença de diversos psicólogos para reflexão sobre o tema de violência doméstica em Portugal.
Por:
Ana Margarida Marques