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Francisca Jesus
Viver com diabetes exige uma gestão contínua que vai além dos cuidados médicos, envolvendo alimentação, monitorização da glicemia capilar, medicação oral ou insulina e o autocontrolo rigoroso de sintomas. No contexto laboral, surge uma questão complexa: deve revelar a sua condição aos empregadores, colegas ou serviços de saúde ocupacional? Ou será mais seguro e confortável, manter esse aspeto em privado? Esta decisão envolve aspetos clínicos, éticos, sociais e legais, bem como literacia em saúde.
A decisão de revelar a condição no seu local de trabalho é influenciada por variáveis como o tipo de diabetes e o setor de emprego.
Sendo assim, quando a condição é conhecida, tornase mais fácil negociar horários para consultas, pausas para medições ou administração de insulina e adaptar tarefas. Em caso de hipoglicemia ou outro episódio agudo, mais pessoas sabem como agir ou onde procurar ajuda. Ao mesmo tempo, partilhar, pode promover um maior compromisso com o autocuidado, adesão ao regime ao terapêutico e, consequentemente, menores complicações.
Por outro lado, não divulgar a sua condição ao empregador pode estar associado ao uso mais intenso de medicação, maior absentismo e perceção de que o superior hierárquico não respeita o trabalhador.
Perante esta escolha, existe um medo de discriminação ou estigmatização, tal como a perceção de que a diabetes está controlada, pois a doença não afeta visivelmente o desempenho e pode-se considerar que não é necessário partilhar. Assim, manter a condição de saúde privada pode ser uma forma de preservar a autoestima e evitar ansiedade relacionada à reação de colegas ou chefias.
Estudos realizados em Portugal mostram que a literacia insuficiente está associada a maiores complicações, a menor adesão à terapêutica e menor qualidade de vida, tal como foi comprovado em 2020, na região de Viseu, com pessoas que convivem diariamente com Diabetes Mellitus tipo 2.
O portador desta condição pode avaliar cuidadosamente se deve partilhar, considerando o tipo de diabetes, se há episódios frequentes ou risco de hipoglicemia, o ambiente de trabalho e a confiança nas chefias. Caso decida partilhar, deve escolher a quem e explicar necessidades, possíveis implicações e sugestões de ajustes. Deve documentar juridicamente quando for necessário, com certificados médicos, relatórios que expliquem limitações ou adaptações necessárias.
O empregador deve promover políticas de ambiente de trabalho inclusivo, com proteção contra discriminação e assegurar confidencialidade, se necessário. A sensibilização para reconhecerem sinais, responderem com empatia e permitirem ajustes devem ser assegurados. Garantir apoio institucional ou pela saúde ocupacional para funcionários com doenças crónicas deve ser primordial.
A decisão de ocultar ou partilhar não é certa ou errada. A literacia em saúde é um elemento decisivo que permite a cada pessoa fazer uma escolha informada e negociar adaptações, minimizando riscos de complicações e promovendo o bemestar geral.
Em Portugal, há uma necessidade urgente de reforçar a literacia em saúde, estabelecer ambientes de trabalho seguros e assegurar que trabalhadores com doenças crónicas não sejam penalizados por revelarem uma condição que exige cuidados, mas que não define a sua competência ou valor profissional.
Francisca Jesus, Enfermeira, Estudante de Curso de Mestrado em Enfermagem de Saúde Comunitária e Saúde Publica, da ESSV, em colaboração com a UCC Viseense
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Francisca Jesus
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