A Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU) diz-se indignada com o convite ao embaixador de Israel em Portugal para estar presente na Familiares emocionam-se na inauguração da Casa Museu de Aristides Sousa Mendes. O espaço foi recentemente inaugurado em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal.
Em comunicado, a ATMU refere que não compreende o convite feito ao embaixador Dor Shapira e considera que, por causa da guerra no Médio Oriente, Israel “não tem respeitado o direito internacional, bem como as diretrizes emanadas das Nações Unidas, conforme o seu secretário geral, António Guterres, tem denunciado”.
Apesar do protesto, a associação de antigos mineiros também destaca a importância do Museu Aristides de Sousa Mendes, que, diz, “não pode estar dissociado do seu passado de luta ao salvar milhares de judeus e outros refugiados, sobreviventes do Holocausto” e espera que a homenagem sirva para construir “um mundo melhor e no respeito pela Humanidade”.
“Homenagear assim o cônsul de Bordéus é relevar a importância na defesa dos direitos humanos, em tempos tão difíceis, ameaçados em várias geografias do mundo, nomeadamente na Palestina e na Ucrânia, onde guerras fratricidas, provocam milhares de vítimas, causando a fome e deixando à deriva milhares de refugiados, sem qualquer assistência médica ou social, e sem quaisquer meios de subsistência mínima”, acrescenta.
A associação garante que irá pugnar “sempre pela paz e filantropia, em defesa dos mais desprotegidos e em defesa dos direitos humanos”.
O Museu Aristides de Sousa Mendes, inaugurado com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pretende homenagear e repor a dignidade do antigo cônsul. O espaço ficou instalado na Casa do Passal, a antiga residência do cônsul em Cabanas de Viriato.
