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O FINTA – Festival Internacional de Teatro ACERT volta a transformar o Novo Ciclo ACERT num palco de diversidade artística, com nove espetáculos de quatro países e mais de duas dezenas de atividades dirigidas a públicos de todas as idades. A 31.ª edição arranca esta quarta-feira. Até sábado, o festival afirma-se como um espaço de encontro entre artistas, comunidade e espectadores, celebrando a pluralidade das artes cénicas e o teatro enquanto motor de identidade e proximidade.
A direção artística, coordenada por Sandra Santos, do Trigo Limpo teatro ACERT, mantém-se fiel ao espírito do festival, apostando em propostas nacionais e internacionais que “sejam inspiradoras e geradoras de visões heterogéneas”, integrando tanto projetos de criadores emergentes como obras de artistas consagrados.
O FINTA abre oficialmente no dia 12, às 21h30, com a estreia absoluta de “Anoitecer”, uma criação da companhia CEM Palcos em coprodução com o Novo Ciclo ACERT. O espetáculo combina teatro e música original da banda Bela Noia a partir de testemunhos de pessoas imigrantes residentes em Portugal, envolvendo ainda a comunidade local de Tondela num tributo à memória, à oralidade e ao sentido de pertença.
Como destaca Sandra Santos, “este é o espetáculo em que isto é mais evidente, esta questão da identidade e da escuta, mas todos os outros refletem sobre isto, se observarmos com atenção todos os outros espetáculos”.
Às 23h00, estreia-se “Inter Specula”, primeira criação da bailarina e coreógrafa Verónica Ribafeita, integrada na rubrica Santos da Casa, dedicada a artistas emergentes ligados à ACERT.
Da poesia ao humor físico: o que esperar nos dias seguintes
No dia 13, o palco recebe às 21h30 “Une Histoire Vraie”, da companhia portuguesa GATO SA, espetáculo de teatro físico sobre identidade e memória. Às 23h00, o clown canadiano Hugues Sarra-Bournet apresenta “Mario a un Incroyable Talent”, uma comédia visual marcada pela improvisação e pelo humor físico.
Na sexta-feira, 14 de novembro, chega o monólogo brasileiro “Tudo Acontece Numa Segunda-feira de Manhã”, de Vinícius da Piedade (21h30), seguido de “Parias”, do marionetista espanhol Javier Aranda, no Bar ACERT (23h00).
Ainda neste dia, às 18h00, realiza-se a conversa “Processos de escuta na escrita teatral” moderada por João Maria André, com a participação de Ricardo Correia, da companhia Casa da Esquina, e Fernando Giestas, da companhia Amarelo Silvestre seguindo-se, às 19h15, o lançamento de dois novos Cadernos de Teatro que se juntam aos já editados em anos anteriores no âmbito do FINTA com destaque para os textos “Duas histórias de solidão, Duas histórias a sós”, de Pompeu José, a partir de “O avesso e o Direito”, de Eduarda Dionísio, “O mal de Ortov”, de Jaime Rocha, e “Andar nas Nuvens”, de Rui Martins a partir da obra de Mário Lamo-Jiménez.
O programa de sábado, 15 de novembro, inclui espetáculos para os mais novos, como “Sotobosque, a vida debaixo das árvores”, do coletivo Inspira Teatre (16h30), e encerra com dois momentos de grande impacto visual: “Latas”, da companhia D’Click (21h30), e “Poemas Visuales”, de Jordi Bertran (23h00).

Cultura dentro e fora da ACERT
Ao longo do festival, o artista Clown Enano dinamiza os Aperitivos Teatrais no exterior da ACERT e leva o espetáculo “Pura Vida” a lares e instituições do concelho através do programa FINTA Fora de Porta, uma iniciativa que a ACERT quer dar continuidade.
“Queremos dar continuidade a este trabalho e fazê-lo mais vezes ao longo do ano. Nós também sentimos que há esse apelo das próprias instituições”, sublinha Sandra Santos.
A programação inclui ainda a inauguração da exposição “Fogo Sujo, Fogo Sujo (pouca terra, pouca terra)” e a formação “Como começar…”, orientada por Claire Binyon, destinada a profissionais e estudantes de artes performativas.
Para Sandra Santos, o FINTA “condensa o trabalho contínuo de programação da ACERT ao longo do ano” e reforça a importância de manter no interior do país um festival que “traz espetáculos que, de outra forma, não chegariam à região”.
